Você é muito jovem e rápido, de pobre vira milionário, saindo da favela para um país da Europa. Vai se adaptando, aprendendo a língua, jogando temporadas cansativas, de enorme desgaste físico e mental. E quando acaba a temporada, tem mais um torneio, profissional, com grandes prêmios, chamado Copa do Mundo. Você quase não vem ao Brasil, embora converse semanalmente com a família, pelo skype. Será que jogará na Copa dando seu sangue, como um soldado em uma guerra, defende sua pátria, sua família, ou atuará para marcar posição, manter-se entre os convocados, valorizado, mas profissionalmente?
A seleção de 2006, empapuçada de dinheiro e prêmios, extenuada pela pressão no físico e na mente, tentou jogar profissionalmente. Vou crucificada. Por isso, Dunga, um ex jogador famoso por sua vibração e demonstrações ridículas de macheza gaúcha. Para chamar atletas "cvomprometidos"
com a seleção. Era para dar uma satisfação, apenas, mas ele começou a ganhar. Amistosos contra árabes, chineses, regiamente pagos. Seleção caça níquel. Vêm as eliminatórias e ele segue vencendo. Ganha Copa América, das Confederações, Eliminatórias. Como tirar? E o cara concorda em chamar atletas desconhecidos, que em seguida assinam contratos com clubes da Europa. E tem um gosto esquisito por jogadores. Não podia dar certo. Está tudo errado. Ricardo Teixeira, quando percebeu ter perdido a mão, deixou de lado e foi cuidar dos milhões que receberá pela próxima Copa, no Brasil. Deu no que deu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário