Não que ele se importe, sequer saiba da minha dó por ele. Mas é que ao ouvir seus últimos discos, especialmente o último, "Concerto para Cordas e Máquinas de Ritmo", fiquei penalizado. Não que precise, está rodando o mundo, recebendo justíssimas homenagens por sua obra. Um gênio brasileiro, gênio internacional. Mas, há alguns anos aconteceu da garganta, as cordas vocais darem problema. Já operou. Não tem jeito. Gil, o excepcional cantor, rei do improviso vocal, orgulhoso de sua capacidade, não tem mais voz. E então acompanhamos suas interpretações de maravilhosas músicas, melodia, ritmo, letra, arranjos sensacionais de orquestra e vamos aos poucos, de dó, ficando tensos, torcendo por ele, esquecendo as outras maravilhas todas, querendo, a todo instante, que ele consiga o drible vocal que insinua e nada feito, ele vai no tom baixo, rouco, falhando, nos breves momentos em que o coração suplanta o cérebro e ele tenta a nota maviosa e falha. É muito chato. Eu, que tanto o amo, fui mal educado por ele. Sua voz, melodias, letras, ritmos. Não consigo ouvi-lo assim. E o cd é maravilhoso, até porque ele vai de Quanta a Domingo no Parque, canta Caymmi, Tom, Gonzaga e os arranjos são lindos. Não sei se o que o motiva a seguir em frente, ele que sempre foi tão orgulhoso de suas capacidades. Não consegue ficar longe do palco? Precisa do dinheiro? Em minha opinião, "Quanta" foi o último trabalho em que ainda nos ofereceu seu máximo. A partir daí, a fonte secou. O cd, consegui aproveitar um pouquinho mais na segunda escutada. Na primeira, terminei tenso, torcendo por ele. Desculpe, não pude evitar, fiquei com dó de Gil
terça-feira, 27 de novembro de 2012
Briga entre quadrilhas
Ricardo Teixeira foi procurado pelos "loucos do Corinthians", Ronalducho, Sanchez e outros, para um projeto ambicioso de transformar o "timão" em clube reconhecido internacionalmente, rico e forte. Se Ronalducho fez sua parte, Teixeira fez a sua. Contratou Mano Menezes, que era da turma "mosqueteira" para treinador. Assim, vendeu para a Europa um grande número de atletas do Corinthians, após convocá-los e faze-los jogar na seleção. Já nem lembramos seus nomes, tão medíocres que são. Mais ainda, delegou a Sanchez, ex-presidente do Corinthians, o comando da seleção. Tite, atual técnico do Corinthians, chegou a ser chamado "Homem do Ano", pela revista Alfa. O clube vem enumerando títulos e agora decide o campeonato mundial de clubes em Tóquio. Jogos transmitidos pela tv, álbum de figurinhas, camisas, um trabalho muito bem feito. Na seleção que jogou contra a Argentina naquela pelada em La Bombonera, metade dos convocados era do Fluminense, muito justamente, mas a outra metade era do "coringão". Pera lá. O Corinthians também ganhou um estádio, justamente para ter jogos na Copa, tendo sido desprezado o Morumbi, do São Paulo, por conta de toscos problemas. Até Lula se envolveu.
Mas Ricardo, que recebia sua parte, precisou cair fora. A ameaça clara de prisão fê-lo partir para Miami e deixar tudo nas mãos de seu vice, político das antigas, Marin, ligado históricamente ao São Paulo. A partir daí, em todos os jogos, Lucas, atleta do São Paulo, vendido para o Paris Saint Germain, ao qual se apresentará em janeiro, em transação recorde em euros, nunca foi escalado no time titular, a não ser faltando dez, quinze minutos para o final das partidas. Algumas vezes, foi escalado de ponta esquerda, onde não tem nenhum cacoete. Parecia provocação. E era. Em seu lugar, Hulk, que saiu de Portugal para a Ucrânia, sei lá, em transação também milionária.
Agora veio o troco. Acabou o ano da seleção, acabou Mano, seus ternos bem cortados, sua postura obtida em aulas de como lidar com jornalistas e uma idéia de seleção, que mesmo com erros de escalação, convocações interesseiras e outros, vinha se firmando. Saiu Mano, claro, pediu demissão, também, André Sanchez, o diretor, ex-presidente do Corinthians. Agora, quem manda é a turma do São Paulo. Mas que treinador virá? Todos queremos Guardiola, sabendo que os atuais técnicos brasileiros estão defasados inteiramente. Mas não. Ao que parece, teremos o mais defasado dos defasados, Felipão, no cargo. O mesmo que depois da Copa no Japão, conquistou o vice campeonato da Copa Européia, dirigindo Portugal, dona da sede, foi despedido após poucos jogos do Chelsea e agora, após conquistar a Copa do Brasil, não impediu a queda do Palmeiras à Série B. O resultado dessas "vitórias" é a seleção brasileira?
As quadrilhas brigam, o povo, apaixonado por sua seleção sofre, temos uma Copa pela frente e o que será de nós?
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