segunda-feira, 29 de julho de 2013

Chega!


Qual será a misteriosa importância que o arquiteto Paulo Chaves tem para os tucanos? Afinal, em dois governos de Almir e agora, dois de Jatene, houve muitas mudanças de secretários, menos na Cultura.
Qual será a misteriosa importância que faz com que tucanos de alta plumagem queimem suas biografias em sua infeliz defesa? O ex-reitor da Ufpa, Alex de Melo, entre respostas tolas, afirmou constrangedoramente que nem sabia a razão pela qual o arquiteto não falava por si próprio. “Vá perguntar para ele”, disse. O grande artista Nilson Chaves, garantindo que o governo já investiu 50 milhões de reais no setor, entre Terruá, Feira do Livro e Ópera, disse que veio falar porque era mais próximo dos artistas do que o Secretário de Cultura. É constrangedor. Vergonhoso. E gastar 50 milhões nesses eventos tenebrosos é pálida demonstração do absurdo que a cena cultural vive. Nos jornais, surge sua defesa, acusando os artistas, todos os artistas que estão pedindo sua demissão, de cegueira. Cegueira de quem?
Nilson apressou-se em avisar das reuniões para o Conselho e Fundo Estadual de Cultura, algo para o qual a Secult nunca deu bola, certamente porque sua implementação lhe tirará decisões das mãos. E aproveito para lembrar que a Fundação Tancredo Neves não pode fazê-lo, pois trata-se de exigência de uma Secretaria Executiva. Em poucas horas, tantos avisos. Também disse que vêm novos editais. É muito interessante perceber que os governantes parecem viver em outro mundo. Em Camelot. Outras regras. Se espantam, ficam indignados e magoados quando o povo diz não. E diante da pressão dos artistas, enviam, primeiro, o ex-reitor para a fogueira e o grande cantor, este, se Jatene não se reeleger ou eleger sua filha, ou demais postulantes tucanos, dentro de ano e meio estará, novamente, do outro lado do balcão, passando o mesmo pesadelo de vinte anos.
O Papa Francisco disse que não trazia ouro nem prata, mas aquilo que lhe é mais importante: Jesus Cristo. Nós, artistas, produtores e realizadores, não queremos esse ouro e prata, que logo sumirão na poeira. Não vamos aceitar migalhas. Temos nojo. Queremos aquilo que para nós é mais importante: política cultural, democratização das verbas, fomento, programação profissional e mais importante, queremos atingir todo o Pará. É mais revoltante ainda que estejamos exigindo sua demissão aqui em Belém e recebendo, pela internet, apoio de alguns municípios enquanto outros, sequer contam com munícipes preocupados com Cultura que lá, nunca chegou. Um Estado do tamanho de um país, riquíssimo em cultura e valores e vivemos na escuridão.
Sim, queremos a demissão imediata de Paulo Chaves da Cultura. Se é tão importante para os tucanos, que vá para uma Secretaria de Bibelôs ou o que o valha. E vamos continuar. Ano que vem, há eleição. Não temos partido, como Nilson levianamente disse. Não temos ódio ou queremos vingancinhas. Chega! Fora Paulo Chaves!