segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Um assalto!

Eu nunca tinha sido assaltado. Pura sorte, ao lado de cuidados que penso, quase todos devem ter. E já rodei mundo em áreas bem críticas. Mas fui assaltado. Estou em São Paulo por dois ou três dias. Aproveitei uma folga e fui fazer umas compras em um dos trechos de maior prestígio do mundo, as paralelas Alameda Lorena e Oscar Freire, nos Jardins. Um mundo de luxo e riqueza. Dei sorte, nesta época do ano, há muitas liquidações. Talvez tenha me alheado, sei lá. Senti a mão de um homem no ombro e ouvi "assalto, passa tudo pra cá". Foi muito rápido. Pensei em um amigo, fazendo brincadeira. No mesmo instante, ele jogou o braço pela minha frente, na direção de meu braço esquerdo, que levava umas duas sacolas. Instintivamente, sem ao menos sentir emoção, medo, raiva, nada, reagi dando-lhe uma cotovelada no plexo. Ele acusou o golpe com um gemido e distanciou-se uns três metros. Era um negro de minha altura, talvez, corpo atlético, denotando em seus olhos certa confusão e medo. Isso deve ter detonado minha adrenalina. Gritei que era um assalto. Corri em sua direção. Ele deu as costas e saiu correndo, entrando por outra rua e desaparecendo. Vigilantes de uma loja próxima ficaram estáticos. Clientes de um bar na esquina, também. Alguém, em uma Land Rover havia visto e subiu a rua acelerando, talvez, para encontra-lo. Eu mesmo fiquei com vontade de uma revanche. O sangue esquentou. Foi passando, até ficar normal a respiração. Agora sei quando dizem que alguém reagiu, mas não devia. É o instinto. Reagi. Não me dei conta. Graças a Deus ele não tinha um revolver, faca, ou outro. Ainda andei por ali, quem sabe, para revê-lo. Que bom que não o encontrei. Fica a experiência.