segunda-feira, 17 de junho de 2013

E agora?

As multidões foram às ruas. Incrível, Belém em grande número de pessoas, pacíficamente. Os cartazes dizem "os Partidos não me representam". Reclamam contra tudo. Bem, vereadores, deputados estaduais, federais, senadores, governantes, posso dizer, não me representam. Enquanto isso, os dois líderes do movimento paulista insistem na afirmação que seu objetivo único é o Passe Livre nos ônibus. Creio que afirmar isso foi pensado. Mas o movimento é muito mais. Os caras subiram no teto do Congresso. E de onde aparecem essas bandeiras irritantes do Pstu? Cai fora. Não nos representa. Mas o que queremos? Se não nos representam, bastaria não votar neles, não é? Mas é o sistema que está errado. Somos contra todos os políticos brasileiros, com raras exceções, e o sistema que criaram. A corrupção, bandalheiras, crimes, enriquecimento, enfim. Mas e agora?
Não queremos militares e creio que o Exército, hoje, não tem condições de assumir isso. Não queremos ditadura, comunismo, socialismo, sei lá, até capitalismo, se for pra ser esse capitalismo que hoje vivemos. Então, como vai ser? Será que algum desses políticos está pensando no que aconteceu nesta segunda feira? Qual será sua resposta?
Penso que desejamos apenas ser respeitados, que os políticos se conectem novamente com o povo e que tudo mude para melhor. É muito?
O movimento continuará crescendo? Até onde? Não há líderes? Não há um objetivo comum a não ser o descontentamento com tudo. Muito abrangente. As redes sociais precisam de gente que pense, escreva, argumente, encaminhe as idéias. Há muita gente jovem, que nunca havia entrado em passeata, levado tiro de bala de borracha, porrada de cassetete, gás de pimenta
Ano que vem haverá eleições. Não vejo nenhum candidato, em todas as esferas, que me represente. O mesmo ocorre com a galera. O que vai ser?
Com o acontecido no dia de hoje, acredito que muita coisa possa mudar. E se continuarem acontecendo as passeatas, crescendo, crescendo..
E agora?

quinta-feira, 13 de junho de 2013

O estopim da bomba?

Os recentes acontecimentos em São Paulo, com passeatas de jovens interditando vias importantes, protestando, inicialmente contra um aumento de 20 centavos no preço da passagem nos ônibus e sendo violentamente contidos pela Polícia, enganou inicialmente, seja a Prefeitura, sejam jornalistas, estes, publicando na Folha e no Estadão, repreensões contra o vandalismo verificado pelos jovens, quebrando lojas, janelas de prédios públicos, perturbando hospitais e outros. Disseram os colegas que a maioria era de universitários classe média, muitos sequer utilizando ônibus, quase "rebeldes sem causa". Não é bem assim. Creio que a idéia era protestar contra o aumento, mas pode ter despertado algo maior, um gigante que permaneceu silente, desde os "caras pintadas" do tempo do Collor.
É algo complicado. Cinco mil estudantes, via redes sociais, reúnem-se para protestar. De repente, há dez, vinte mil e perde-se o controle. Juntam-se outras categorias e até mesmo, vândalos. E também não é possível fazer manifestação em lugar e hora marcados, para não atrapalhar ninguém. É complicada a democracia. E também não é possível uma Polícia despreparada, armada até os dentes para uma guerra contra garotos. Que reage a provocações ao invés de agir tecnicamente.
Agora, nas redes sociais, todos dizem, então vocês acham que protestamos somente contra os 20 centavos a mais? Hum. Será que despertou novamente o pavio da bomba contra o Estado brasileiro, hoje completamente divorciado do povo, em um mar de corrupção a atingir situação e oposição em todos os níveis? Saímos às ruas para protestar contra tudo isso. Será? E quando vem a Polícia armada e reage, ela surge representando exatamente o "tudo errado". No Rio de Janeiro também houve. E em outras cidades?
Imagine se Belém resolve sair de sua letargia. Somente por conta do BRT já valeria a pena sair quebrando tudo! E não saímos. Até queremos. Abrimos a porta, olhamos para o lado e dizemos não, nem o vizinho vai, eu é que não vou me queimar sozinho. O vizinho, também acha o mesmo. Mas e se isso for um estopim contra o absurdo político, a incompetência brutal com que nosso País, Estado e Cidade são geridas?
Esses jovens não têm ideologia, partido político, nada. Formam um bolo de cidadãos revoltados contra tudo. Os partidos não nos representam. As ideologias perderam o sentido. E agora?