sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Interrompidos

Era uma noite linda de verão. As filas eram enormes, mas lá dentro, dava para ouvir a alegria reinante. Edu e Márcia já estavam aguardando o show de Anete, cada um com sua latinha de cerveja. Edu, 18 anos, deu um tempo nos estudos para o vestibular. Aproveitou o show de Anete para dar uma relaxada, chutar o balde. Márcia, 16, faria vestibular no ano seguinte. Deixou para estudar no domingo, quando acordasse, Matemática, prova na segunda. Quando Alfredo chegou, Anete estava entrando no palco. Edu e Márcia estavam bem na frente. Alfredo, 27, foi rodeando até ficar próximo. Comprou duas latinhas. Na fila, já havia aberto os trabalhos. Ia passando um trenzinho. Foi atrás de Linda, de quem roubou o primeiro beijo da noite. Ã frente dela, José Carlos e Otávio, bem animados, roubando beijos. Era hit atrás de hit. Paravam apenas para reabastecer de cerveja. Veio Raimundo e botou um comprimido no copo de José Carlos. Alfredo era bancário e estava preocupado com o chefe novo que se apresentaria na segunda feira. Mas naquela noite, era tudo para Anete. Linda, 25, era realmente linda. Promotora de eventos, no dia seguinte, de emendada, ia trabalhar no lançamento de um produto no shopping. Mas quando se é jovem, ninguém se poupa de nada. José Carlos, 20, não trabalhava. Repetia vestibular ano após ano, mas ficava mesmo era em casa, ouvindo os discos de Anete. Os pais esperavam quando, enfim, iria amadurecer. Otávio, 32, era vendedor. Engravidou a namorada, casou, deixou os estudos para trabalhar. Descasou. Juntara dinheiro para o show. Raimundo, 23, traficava ecstasy. Bundeava pela cidade, aguardando os shows para faturar.
Linda estava passando mal. O trenzinho seguiu adiante, menos Otávio, que ficou preocupado e foi ajuda-la. Vomitou muito, pediu um tempo e saíram da muvuca. Ela o abraçou procurando conforto e ele gostou. Quando melhorou, tomou uma granada de água e o beijou. Ficaram se amassando num canto. José Carlos pulava como se não houvesse amanhã. O ecstasy pegou forte, misturado com a cerveja. Acabou esbarrando em um casal e o cara, malhado, deu um soco. Abriu clarão, mas José Carlos, caído, não oferecia perigo. Levantou e seguiu pulando e cantando. Edu e Márcia deram um tempo porque Márcia ia ao banheiro. E também porque o Edu achava que Márcia estava olhando para um bonitão, ao lado. Encontraram Linda e Otávio. Edu conhecia Linda. Já haviam paquerado. Então Márcia voltou e juntos, foram lá para a frente. A Márcia de olho no Edu e na Linda, que voltou a beber e Otávio já estava bem ligado. O show terminou. Mas continuou rolando som mecânico. O público foi saindo, mas Edu, Márcia, Linda e Otávio continuaram. Tá bom, vamos. Na saída, encontram José Carlos, com o rosto inchado, mas feliz. Alfredo estava encostado em um Gol. Era o carro de Linda. Já haviam se visto. Quem quer carona? Nós estamos indo lá para a Cidade Velha, continuar, sem hora pra acabar. Todos vibraram. José Carlos avisou que ficaria antes, em Nazaré. Fica no caminho? Vai todo mundo! Compraram mais umas latinhas. Vocês vão ficar aí, bebendo? Vamos no carro! Sentaram Linda e Otavio na frente. Atrás, quatro se apertaram, sendo que Márcia sentou no colo de Edu. Alfredo se acomodou no bagageiro. Uma farra. Linda ligou o som do carro e ouviram, novamente, Anete. Márcia estava apagando no colo de Edu, mesmo que rolasse uma leve excitação em ambos, prometendo, mais tarde, sexo. Os outros contavam piadas. Riam alto. Gritavam. Era um carro de festa. Linda dirigia rápido. Otávio com a mão em suas coxas. Na primeira curva, cantaram pneu. Oi! Todos gritaram, felizes. Sem hora pra terminar! Agora estavam na Avenida João Paulo, em alta velocidade. Havia um calombo na pista. Para quem estava dentro do carro, não houve tempo para nada. O mundo virou de cabeça para baixo, choques, tudo ficou escuro.

Edu tinha prova na segunda. Márcia, prova de Matemática. Alfredo teria um novo chefe na agência. José Carlos não tinha nada para fazer. Otávio pensava em bater o recorde de vendas. Raimundo tinha dinheiro no bolso. Eram. Tinham. Que pena. Vidas interrompidas.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

A NOTÍCIA, DE TODAS AS MANEIRAS

Meu avô Edgar recebia o Luxor Jornal, uma organização que semanalmente coletava notícias do interesse do assinante, recortava e pregava em uma folha de papel pequena. A capa era cor de rosa. Meu avô era alucinado por notícia. Escreveu em vários jornais da cidade. As notícias ficavam por ali, flanando sobre as mesas da sala do apartamento onde ele morava, no décimo andar do Palácio do Rádio. Me interessei. Talvez inicialmente, nas folhas de papel para transformar em flechas para zarabatana. Depois, os assuntos. Esporte, amenidades, música. Para Política, era ainda muito moleque.
Meu pai Edyr também escreveu em vários jornais. Chegava em casa com os da cidade e também os do Rio de Janeiro, como Globo, Jornal do Brasil, Última Hora e Jornal dos Sports, um que era impresso em papel cor de rosa, com espaço para À Sombra das Chuteiras Imortais, de Nelson Rodrigues e o Otelo Caçador, com sátiras aos acontecimentos esportivos. Eu e meu irmão Edgar devorávamos aquilo. Tínhamos um campeonato carioca de botão. Sabíamos até a escalação do Canto do Rio. Quem? E desvendar as imagens poderosas de Nelson. Compreender sua sutileza, a poesia, a melodia com que escrevia. E principalmente, Opinião Não Se Discute, o comentário de meu pai, para saber o que se passava com nossos times locais. O tempo passou, meu pai agora apenas escrevia sua coluna, sem mais estar no dia a dia, como editor, mas o interesse por jornais continuava. O saudoso Edwaldo Martins ajudou. Viciado em informação, como eu, lia diariamente não só JB e Globo, mas Estadão e Folha, às vezes incluindo a Folha da Tarde. Era informação suficiente para afogar qualquer um. E lá eu ia, uma vez por semana, à sala do Didi, no Basa, pegar os jornais. Aquele maço enorme de papeis. Quando viajava para Rio ou SP, a delícia era pegar o jornal ainda quentinho, o cheiro, as notícias ali, na hora. Até poder comprar, eu mesmo, os meus jornais. Veio a modernidade e com ela foi-se o maravilhoso e inesquecível Jornal do Brasil, hoje apenas no formato digital (mesmo assim leio-o diariamente), e foram-se das bancas, os demais. Atualmente, a Folha tem aparecido. Hoje, fora os jornais locais, leio todos os outros no computador. Acostumei. O mundo mudou. Os jornais, também. Afinal, se ontem caiu uma bomba em Gaza, ao ler hoje de manhã a notícia, já estará atrasado quanto aos acontecimentos posteriores, já descobertos, explicados e com novos fatos. Há poucos dias houve um Congresso de Jornais. Mudam as plataformas, ficam as notícias. Fica a nota curta. Fica a explicação, interpretação, análises para quem quer realmente saber tudo. Notas curtas para os apressados, disputando com radio e televisão. Quais são as plataformas novas? Ipads, tablets, whatsup, smartphones, e-books, telões, telas em elevadores, facebook, twitter e outros programas. Não interessa a plataforma e sim a notícia. Os jornais estão se adaptando e as agências de publicidade também. Antigamente, o IVC era definitivo quanto à tiragem dos jornais. Agora, há pageviews, comentários, curtições, definindo, cada um, seu público, seus interesses e padrões de consumo. Será que essa amarração significará alguma perda para os leitores? Imperará a informação domesticada? Ou, com a invasão de blogs, tudo dependerá da credibilidade de quem veicula? Em quanto tempo uma informação circulará pelo mundo e quantas pessoas atingirá, sobretudo agora em que há apps para traduzir em qualquer língua, o que quer que se leia?
Aos que pensaram que os jornais iriam morrer, uma boa resposta, esta, com aquilo que é a material prima do jornalismo, que é a notícia.

Quanto a mim, sou um leitor alucinado por informação. E posso ser lido, todas as sextas, no caderno TDB, coluna “Cesta”.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

A LIGA

São sete horas da noite e está para começar o ensaio no Cuíra. Me aproximo da porta lateral, entrada dos atores, que dá para a Primeiro de Março. Um homem moreno, jovem, bigodinho, se aproxima da grade, protegendo-se do vento e puxa um cachimbo para acender. Me aproximo e pergunto quanto custa cada pedra. Dez reais, responde. E quanto tempo demora para a droga pegar? A Liga? Sim. Já deu, me responde, agora com a voz embargada. Quanto tempo dura essa liga? Meia hora. Isso quer dizer que depois desse período, será necessário batalhar por outra dose.
Quando chegamos àquele casarão datado de 1905, havia apenas prostitutas por ali, a maioria com mais de 40 anos, essas, com clientes certos, tiozinhos que recebem a aposentaria e vão em busca de sexo. Fizemos amizade. Em nosso primeiro espetáculo, ali, metade do elenco era formado por essas mulheres. Outras ações se desenvolveram. Então chegaram os drogaditos, com a terrível droga. É pasta de cocaína, sub produto, misturado a tudo o que não presta e vendido em pequenas quantidades, uma dose. Expulsaram a maioria das prostitutas e viciaram outras. Passam o dia por ali, saindo para pequenos furtos na Presidente Vargas. O crack vem das mais diversas formas, mas sobretudo por motoqueiros usando colete de mototaxistas e algumas figuras, que distribuem entre si, diminuindo a quantidade, as mulheres escondendo nas partes íntimas. A Polícia vai até lá, coloca todos com as mãos na parede, mas raras vezes tem êxito, não sei a razão. Um sábado desses, assisto a um dos programas da RBA e a reportagem acompanha a Polícia em um flagrante. Filmam uma mulher, magrinha, pequena, distribuindo. Ela é detida após um pequeno escândalo. O programa deve ter sido gravado na véspera ou antevéspera. Corro à janela, olho para baixo e lá está ela, lampeira, tranquila, distribuindo seu produto. Os policiais dizem que não é uma questão policial e sim, social. Realmente, sobra para a Polícia. Quando ela aparece, eles correm para a Praça da República, onde ficam achacando babás, crianças, namorados e atletas. Ou então às proximidades das Lojas Americanas. Na outra esquina da Primeiro de Março com Riachuelo, onde era o Bar Guanabara, funciona um PF, somente para o almoço. No horário, várias viaturas da Polícia estacionam para fazer refeição. Não dá para entender. Não, não temos problemas com os drogaditos. A palavra mágica é “Teatro”. Abrem os caminhos, pedem desculpas pela sujeira, no que são ajudados pela loja Gripon, que joga denso lixo, todos os dias, da maneira mais cretina possível. Nas noites de espetáculo, também não há risco para o público. Eles dão importância ao Teatro, provavelmente mais importância que dão a Prefeitura, o Governo do Estado. Agora, estão ocupando a Riachuelo, no primeiro quarteirão, laterais dos edifícios Renascença e Piedade, dois dos mais antigos da cidade. Passam os dias e noites deitados em velhos colchões, se arengando, esperando pela próxima liga. Moradores das redondezas já usaram de todos os argumentos para receber ajuda e nada. Eles parecem tão fortes quanto os ambulantes que infestam e degradam as ruas do antigo comércio. O que pode ser feito? É no centro da cidade.

Nos prédios, suas imprecações, palavrões, agressões, na disputa pela droga, são ouvidos claramente, a qualquer hora do dia e noite, sem descanso. E o IPTU é alto, bem alto. Bem, este é mais um grito que espera, desta vez, ser ouvido. Será que a Prefeitura se liga?

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

LIKE A ROLLING STONE

Eu já trabalhava na Rádio Clube do Pará e tinha ouvido na discoteca os primeiros discos de Bob Dylan, entre eles, “Highway 61 Revisited, que continha a emblemática “Like a Rolling Stone”. Mas meu inglês ainda não tinha nível e eu não compreendia as letras. E olha que já havia passado cinco anos de sua gravação. Na época, os Beatles estavam entre os primeiros nas paradas com “Eight Days A Week” e os Rolling Stones, logo depois, viriam com “Satisfaction”. Mas então, em 1971, entrei na boate “Papa Jimi”, para conversar com meu amigo Ivan Novais, que era discotecário e lá, em meio a um monte de discos, encontrei “Jimi Hendrix e Otis Redding em Monterrey”, um festival na California que antecedeu Woodstock. Um lado para cada um. E vem Hendrix, indicado por Paul McCartney “tem um negão muito bom que está estraçalhando a guitarra aqui em Londres”, e abre o show, dizendo, timidamente, vou começar mostrando a vocês um som de Bob Dylan. Jimi tinha ido como desconhecido para a Inglaterra e agora retornava à pátria para conquista-la. E abre com “Like a Rolling Stone, versão devastadora. E tudo foi clareando. A letra, melodia e até hoje eu sofro para considerar qual a melhor versão. E olha que os Rolling Stones também a gravaram ao vivo, de maneira sensacional.
“Like a Rolling Stone” tornou-se a grande canção dos anos 70. Creio que, para retratar uma época, somente os Beatles com “A Day In Life”, e “Purple Haze”, com Hendrix.
Eu estava andando pelas ruas de San Francisco, procurando uma loja de discos, encerrados os compromissos de uma viagem. No bolso do paletó, um radio e no ouvido, os fones. De repente, Bob Dylan canta “Like a Rolling Stone”, me causando euforia, uma identificação que me emocionou. “Como você se sente, só consigo mesmo, sem casa para ir, como um completo desconhecido, você está invisível agora, como uma pedra rolante”. Tudo encaixou.
Estou lendo o livro “Bob Dylan na encruzilhada”, autoria de Greil Marcus. A letra é cantada como quem se vinga, diz umas verdades a uma mulher, que até então pensava ter o mundo a seus pés e agora precisa batalhar por comida. Dizem que foi feita para Edie Sedgwick, musa de Andy Warhol, com quem namorou um tempo. “Era tão exibida, não falava com pobres e agora quer fazer um trato com um traficante. Tire seu anel de diamantes, melhor botar no prego, baby. Vá procurar o dealer, ele está chamando, vai fazer uma oferta que você não pode recusar. Quando você não tem nada, não tem nada a perder”.
Há várias leituras. Greil argumenta a respeito da política americana, morte de Kennedy, Lyndon Johnson, Nixon. Martin Luther King, direitos humanos, racismo Guerra do Vietnã e o grito dos jovens que agora, despindo a sociedade careta, conservadora, expunha o verdadeiro mundo, quebrando os sonhos bobocas e querendo a verdade, como disse John Lennon em “All I Want Is The Truth”.
Na gravação, Al Kooper toca o maravilhoso órgão, enquanto Dylan está na guitarra ritmo e na gaita de boca matadora que entra no final. Na gravação dos Stones, Mick Jagger arrebenta. E assim é um dos maiores momentos da música pop mundial.

Para mim, “Like a Rolling Stone” significa liberdade, sem compromissos, você ligado apenas ao que quiser fazer. Como quando estou por outras cidades do mundo, invisível, sem horários para reunir com este, telefonar para aquele, encontrar com outros, as tarefas do nosso dia a dia. Caminhando em San Francisco, naquele dia, by myself, eu cantei a plenos pulmões “Like a Rolling Stone”.

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

OS BONS TEMPOS VOLTARAM?

Assisti aos primeiros capítulos da novela “Boogie oogie” e me peguei revivendo uma época muito boa, quando a “discotheque” era o gênero mais badalado no mundo. Penso que difícil mesmo é imaginar a vida sem computador e celular. Ainda na madrugada de domingo, Serginho Groismann fez um programa homenageando os anos 90 e fez a plateia delirar ao mostrar um “Startec”, o primeiro celular, da espessura de um tijolo.
Nos anos 70, trabalhava na Rádio Clube, onde tinha alguns programas como “Gente da Pesada”, nas manhãs de sábado, “Mr. Moonlight”, nas madrugadas e “Sábado Gente Jovem”, juntamente com Janjo, Edgar, Rosenildo Franco, Ricardo Albuquerque, Tarrika e Gilvandro Furtado. O programa lançou em Belém o filme “Embalos de Sábado à Noite”, aquele que imortalizou John Travolta e deu uma nova vida aos Bee Gees. Mas a discotheque começou bem antes, nos Estados Unidos, através de programas de tv como “The Sound of Philadelphia” e “Love Train”, onde grupos vocais e cantores interpretavam sucessos acompanhados por grandes orquestras. Havia “The Love I Lost”, com Harold Melvin & Blue Notes e “Love Train”, com O’Jays. E vieram Gloria Gaynor, The Trammps, Commodores e mil outros que faziam o mundo dançar com ritmo dançante e acima de tudo, melodias gostosas e instrumentais poderosos.
Aqui em Belém, várias casas noturnas tornaram-se locais movimentados, ao som de Janjo, Tarrika, Alberto Pinheiro, Dom Floriano, Fiapo, Jimmy Night e outros que esqueço agora. Entre as casas mais famosas, creio que o Signo’s Club foi a mais famosa, com grandes festas onde se bebia um vinho chileno chamado Tocornal, que nem sei se ainda existe. Eu e Floriano tínhamos a loja 33 ¼ que virou point dos djs e fãs da música. Havia quem comprasse dois exemplares de cada disco, um para usar, outro para guardar e não gastar, uma vez que ainda era o tempo do vinyl. Não, não havia satélite, de maneira que fazíamos assinatura de revistas como Billboard e Rolling Stone. Chegamos, na época, a ter conta em um banco americano, que enviava semanalmente os lançamentos. Muito tempo depois pudemos assistir em filme, os grupos e cantores que amávamos em performances de palco. Foi uma corrente tão forte que artistas como Paul McCartney e Rolling Stones lançaram singles com ritmo dance. O mesmo aconteceu com Queen, a banda do Freddie Mercury. Fazíamos remixes por conta própria, usando gravadores de rolo, mais tesoura e fita isolante. Ficavam perfeitas.

Adiante, vieram as experimentações com teclados eletrônicos, a partir de Donna Summer e o alemão Giorgio Moroder, o que aos poucos, por questões econômicas (grandes orquestras custam caro) e também pela novidade, foram fazendo surgir outras estrelas, inclusive galera chic de NY, como Blondie. Veio o dance eletrônico, à base de bpm (batidas por minuto), facilitando as mixagens, sem espaço para erros que eram chamados, com bom humor, de “cavalgadas”. Muito fácil. Difícil era, na festa, no alto astral e na pressão, mixar com sucesso. Perguntem ao Tarrika. Assim como a Jovem Guarda, Belém adora um flash back. Até hoje, festas homenageando a discotheque lotam por tiozinhos que reviram os olhos ao som de “Disco Inferno”, por exemplo. Ih, esqueci Barry White, que além de seus discos, produzia um grupo feminino, Love Unlimited. Era bom. Será que a força da televisão trará de volta esses sucessos? Acho que tudo é possível, menos o retorno da máquina de datilografar e o telefone com fio. Mas que é uma boa idéia, não dá para discordar.