segunda-feira, 26 de julho de 2010

O rock dos velhos

Acompanho a carreira do U2 desde o primeiro disco. Percebi quando se tornou um gigante da mídia. O truque nas músicas, começando sempre num crescendo, fazendo com que, no rádio, naturalmente, houvesse um espaço entre seu som e dos demais artistas. A questão religiosa, depois abrindo para o mundo e seus problemas. A tentativa em fazer algo mais dançante e o retorno ao som mais tradicional. Tudo o que a banda faz, é pensado com três, cinco anos à frente. Espetáculos grandiosos, onde as grandes estruturas de cenário, som e luz, precisam ser absurdamente modernas, o circo do rock and roll, compensando o fato de, para a maioria do público, os integrantes parecerem formiguinhas iluminadas, em uma platéia para 60, 80 mil pessoas. E o rock, lembram, precisa de aconchego, suor, calor, rala rala, para maior vibração. O rock é adolescência, hormônios explodindo, agressividade juvenil. Chega a ser espantosa a habilidade de Bono Vox e The Edge em criar melodias baseadas em apenas três ou quatro acordes. O guitarrista é um grande músico, descobrindo novas sonoridades, a partir de poucas notas. De vez em quando correm pelo palco, para dar movimento. Assisti ao DVD com o show 360 graus, que ainda está em cartaz. O disco que gerou já deve ter uns dois anos, acho. Depois do DVD virá o cd ao vivo, penso. E os caras param por um ou dois anos. O tempo passando. Os Rolling Stones, mais uma vez, anunciam a possibilidade de uma turnê de despedida, quase todos com quase 70 anos de idade! A pior coisa que pode acontecer a uma banda de rock é envelhecer.

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