segunda-feira, 19 de julho de 2010
Bourne
O fato é que sou o tal leitor vulgar. No aeroporto, entro na livraria e claro, fico fissurado nos livros, suas capas coloridas e a vontade de comprar tudo. Saí de lá com "A Traição de Bourne", escrito por Eric van Lustbader, continuando a saga iniciada por Robert Ludlum. Bem, só percebo e me dou conta que Ludlum já morreu há alguns anos e os últimos livros com o personagem Bourne vêm sendo escritos por esse Eric, ao final da leitura. Na capa, o nome de Eric é bem pequeno, ao contrário do título e de Robert Ludlum. Basta começar a ler e perceber ter caído, grosseiramente, no golpe do best seller. Não é preciso ser especialista para perceber o esquema de escrita, padronizado, dividido cirurgicamente. No caso específico desta griffe "Bourne", milionária inclusive nos cinemas, a criação da história e os acontecimentos chegam fácil ao ridículo, ao absurdo fenomenal. Curioso, antigamente pensava que no livro, tudo era possível, contando com a imaginação, mas depois da computação gráfica, é no cinema que vale tudo, ficando o livro, na minha opinião, com uma missão mais comprometida com o real. Não aqui. Personagens saltam de um ponto ao outro do planeta com a facilidade com que vamos da Batista Campos a São Braz, quer dizer, nem tanto assim, não é? Disfarces, ferimentos, enfim. E, pensando bem, quanto mais os americanos (van Lustbader parece holandês, mas creio que Ludlum era americano) esculhambam seu governo e órgãos como FBI e CIA, mais e mais reforçam seu poder ideológico no mundo todo. É impressionante como só trabalham nesses órgãos absolutos imbecis, paspalhões, idiotas que qualquer um engana. São incapazes de tomar a decisão certa, dependendo o tempo todo de agentes que além de arriscar sua vida todos os dias, principalmente por seu patriotismo e apego ao bem, venham lhes dizer a coisa certa, pior, sendo constantemente traídos. O livro vai fundo na maluquice, perdendo qualquer contato com a realidade. O pior é que este leitor vulgar, embora estarrecido, foi até o final.
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