sexta-feira, 26 de junho de 2015

PARA CELESTE PROENÇA

Nesta semana, véspera do Dia de São João, ela completou 93 anos. Celeste Camarão Proença é minha mãe. Lúcida, dona de sua vida, com um humor maravilhoso e toda uma sabedoria. Permitam-me homenageá-la, afinal, devo tudo o que sou à sua existência. Nasceu em Muaná, Marajó, filha de João Evangelista e Camila. Namorando Edyr Proença, integrou o que chamaram “Bando da Estrela”, na esteira do “Bando da Lua”, que acompanhava Carmen Miranda. Professora, chegou a enfrentar o poderoso Barata, que certa vez, como era seu costume, fez uma visita inesperada ao colégio em que lecionava. Tentou constrange-la com seus gritos, mas não conseguiu. O casamento a deixou atarefada, cuidando de cinco filhos, três homens e duas mulheres. Nada afetou sua verve. Tivemos uma infância de sonhos, alimentada por coleções de livros que ela comprava e um sem número de brincadeiras, estórias, paródias, que nos enriqueceram para sempre. Sua mente loucamente maravilhosa, fazia de cada detalhe algo muito importante. Enquanto meu pai trabalhava dia e noite para segurar essa trupe, nós vivíamos como em um mundo à parte, unidos, sonhando juntos. Se era no Lago Azul dos primeiros tempos, havia causos de índios, absurdamente poéticos e misteriosos. Se era em Mosqueiro, os causos fantásticos do Marajó, a cobra grande, o curupira, as grandes águas, contadas em noites intermináveis em que íamos ralhados dormir. Uma vez, disse que não aguentava mais nossas malcriações e que morreria em tal dia, para ir se encontrar com seu pai. Para nós, o ensejo de mais um grande causo fantástico. Tudo era brincadeira. Tudo era possível. Na data marcada, a cercamos o dia inteiro, aguardando o desenlace. Como aconteceria? Bem, acabamos todos de castigo, mas anos depois, escrevi uma peça de teatro sobre isso. Devo à ela toda minha produção teatral. No primeiro texto, “Foi Boto, Sinhá”, ela me municiou de todo o palavreado marajoara. E muitos e muitos outros. Agora vão festejar os 400 anos de Belém. Ou os 400 danos.. Mas eu me lembro dos 350 anos. Havia um concurso para uma música da cidade, comemorando. Celeste não se inscreveu, mas compôs uma marchinha que até hoje sei cantar.
Os filhos cresceram, e ela precisou se reinventar. Tornou-se professora de Português, dando aulas de Redação para milhares de jovens que saíram aprovados no Vestibular. Chegou a ter mais de cem alunos, divididos em turmas de manhã, à tarde e à noite. Sozinha. O pai, com os filhos crescendo, adolesceu e voltou a tocar violão, compor e cantar. Tornou-se sua parceira em inúmeras músicas. Saíam pela noite, em casa de amigos, tocando e cantando. No dia do aniversário, festança no Lago Azul, com fogueira, fogos e seresta.  Vieram dois livros com poesia.

O companheiro partiu e ela foi se fechando no apartamento onde tanta vida aconteceu, tantos amigos passaram, fora o Círio, que ainda passa todo outubro. Vieram netos e bisnetos. Há muita vida ali naquele apartamento. Os discos, fitas, discos, livros. Há filhos entrando e saindo, contando novidades. Celeste continua com o mesmo humor e criatividade que marcaram sua vida. Ensinou-nos o prazer da vida. A Arte nas mínimas coisas. A sinceridade da natureza. A poesia nos olhos das pessoas. A música que o vento traz quando nos despenteia os cabelos. A olhar para o horizonte sempre esperando novos e bons sonhos. A cada dia, ilumina minha vida de alegria e paixão. Tenho, por ela admiração, uma gratidão que não tem tamanho. Um amor intransferível. Eu nada seria sem Celeste Proença, 93 anos. Parabéns, mamãe. Nunca deixarei de ser filho, Kuí de farinha..

sexta-feira, 19 de junho de 2015

VALAR MORGHULIS

 “Todos os homens devem morrer”. Eu também fiquei chocado quando, na primeira temporada de “Game of Thrones”, Ned Stark foi decapitado. O personagem era um homem justo, com família adorável e protagonista. Foi quando a série impôs um ritmo de acontecimentos que saiu da mesmice, da manipulação, do bom mocismo. Não sou viciado em séries. Escolho uma ou duas para assistir. Agora assisto em meu computador “Outlander”, a respeito de um livro que comentei aqui e que não deve ser lançada no Brasil. E “Games of Thrones”. Já li todos os livros. George Martin é um excelente contador de estórias. Teceu uma trama envolvente, longa, com muitos personagens e que a cada momento parece encontrar outros horizontes e até a comentar o mundo em que vivemos atualmente. O último capítulo, da temporada 2015, também chocou. O Facebook, essa espécie de mural em que debatemos nossas opiniões, teve também alguns festejando nunca terem assistido “GOT”. Tudo bem. Fiz um comentário dizendo “Vocês não sabem de nada”.. Os adictos sabem o que isso representa. Os Lannister estão no poder e no entanto, podem sucumbir ante um crescente movimento religioso pregando a volta aos princípios básicos, humildade, pobreza e outros. Não seria o Estado Islâmico em luta contra os abastados ditadores, sultões e presidentes do Oriente Médio? E tivemos um desfile que misturou humilhação, brutalidade, com a Rainha Cersei fazendo o que chamaram de “expiação”, andando, nua, pelas ruas, apedrejada e insultada pelo povo. Que desfile. Uma mulher linda, em seus quarenta anos, talvez, corpo perfeito, cabelos cortados rente, ereta, orgulhosa, sendo açoitada pelos gritos. Belo catwalking. A morte de Stannis Baratheon, deixando-se levar pelos encantos de uma feiticeira do fogo, que tornou-se sua amante, o forçou a queimar na fogueira sua única filha e atacar no auge do inverno o castelo de Winterfell, sendo seu exército cercado e dizimado. Ao final, surge a cavaleira Brienne, mulher guerreira, vestindo-se e agindo como homem, que em nome dos reis que pensa representar, executa-o. Ao mesmo tempo, Sansa Stark, joguete nas mãos dos poderosos inimigos, consegue aliciar Theon Greyjoy a fugir do castelo. Fugir do vilão da vez de GOT, o malvado Ramsey. E quanto a Arya, minha preferida? Sobrevive vestindo-se como rapaz e agora tenta filiar-se aos Deuses sem Face, para vingar-se de todos os que lhe causaram mal. Não esqueci de Robb Stark, assassinado à traição, com sua mãe Caitlin. E o anão Tyrion que em poucos dias torna-se principal conselheiro da Kaleese Targaryen, que após reinar como uma déspota iluminada, teve que se valer de seus dragões para escapar de uma revolta e agora vê-se solitária, sem dragão e cercada por uma tribo. E quanto a Jon Snow? Bastardo, justo, herói e pacificador. Chefe da Patrulha Noturna, venceu a guerra com os selvagens e agora os salva dos “White walking”. Quis juntar inimigos, como um socialista, lutando juntos contra a ameaça comum. Foi o grande golpe de encerramento da temporada. Em uma cena influenciada pela morte de Julio César no senado, em Roma, recebe um chamado falso e quando chega, há uma cruz com o título “Traidor”. Um por um, seus antigos comandados desferem facadas e por último, o garoto por qual havia se afeiçoado, salvado da morte, sem precisar dizer “até tu, Brutus”, desfere o golpe final. Os roteiristas já saíram dos livros e encaminham tudo para o ano que vem, já iniciando as gravações do que seria a última temporada, enquanto Martin também promete um último livro. Valar morghulis. A resposta é Valar Dohaeris, todos os homens devem servir.

sexta-feira, 12 de junho de 2015

QUER NAMORAR COMIGO?

É como um raio. Não há como se defender. Lembro do “Poderoso Chefão”, em que Anthony Corleone troca olhares com Apolônia. Ou como os protagonistas da novela das oito, não sei o nome dele, ela é Bruna Marquezine. Vão passando despercebidos um do outro e de repente, zás, os olhares cruzam. Minha melhor lembrança disso é o “Romeu e Julieta”, do italiano Franco Zeffirelli. Há uma festa na casa dos Capulettos, e a galera dos Montecchios, resolve participar com máscaras. Vem um cantor e começa a entoar “What is a youth, impetuous fire”. Formam uma roda para ouvir. Romeu e Julieta vêem-se. A roda move-se e eles também, por entre cabeças. Meu Deus, quantas vezes podemos nos sentir assim? E quando isso é no primeiro amor? Quantas vezes há uma troca de olhares, mas por todos os motivos, nada acontece? Não sei como é hoje, mas eu era moleque e não tinha coragem. Ficávamos com aquele “olhar de rapina”, como diz o Tavito na “Rua Ramalhete”, inventando todos os motivos, enchendo a cara, decorando palavras, enquanto outros, desavergonhados, dançavam a noite inteira. E de repente, num assombro de coragem vamos até aquela mesa e ela não parece dar-se conta de nossa aproximação. Boa noite? Vamos dançar? O que você disse? Titubeio, gaguejo e reafirmo “Vamos dançar”. Fico surpreso com minha bravura. Ela levanta, maravilhosamente linda, vou recuando até a pista de dança, onde toca “The More I See You”, com Chris Montez e de repente, envolvo seu corpo nos braços, e de maneira muito terna e respeitosa, sinto seu perfume. Mais que tudo, por mais que haja inevitavelmente muito desejo, o amor fala mais alto e tudo o que eu penso é na sensação daquele corpo dentro do meu escudo de proteção, os passos leves, sua respiração e desesperadamente procuro assuntos, palavras a dizer, para mantê-la comigo e não me coloque no automático, meu Deus, o que eu digo? Hoje está boa a seleção musical, não? Gostas dessa música? Eu te vejo sempre na hora da saída do colégio. E aqui também, né? Pareço mais confiante e no entanto, ao final da segunda música ela se distancia e me diz as palavras terríveis, “vamos parar, estou cansada”. Está bem, nos separamos e ainda a acompanho até próximo de sua mesa. Caminho de volta, a cabeça em redemoinho, talvez chegue ao bar, peça uma dose e enfim, respire fundo e a olhe de volta. Ela parece me olhar. Poxa, disse que estava cansada. Deve ser assim. Mas, será que sou um rato? Antes que me dê conta, levado pela bravura, me dirijo até lá e a chamo para dançar, again. A música é bem lenta. Sinto seu corpo colando no meu e sua cabeça apoiar no meu ombro. Será que enfartarei? Meu coração toca solos em tambores africanos. Encosto a cabeça na sua, beijo sua orelha e ali ficamos por várias músicas. Até começar uma mais balançada. Vamos conversar um pouquinho? De repente sua mãe está de pé, ao lado da mesa, a conta paga. Ela já vai. Aniquilado, sugiro encontra-la na saída do colégio. Me dá um tá sem muita certeza. E agora tenho assunto para sonhar o resto do final de semana, com a certeza de vê-la de dia, sol a pino, sem estroboscópica, Chris Montez e a minha decantada coragem. Não, eu nunca fiz isso. Até dois dias atrás era um garoto, uma criança. Sonhos? Só se for com olhos bem abertos. Não vou dormir, com certeza. Em casa me perguntarão o que houve, pois estou calado, rodando pelos cantos. O mundo se abre como uma rosa para mim em mil possibilidades, mas primeiro tenho de ir a esse encontro. Quer namorar comigo?

sexta-feira, 5 de junho de 2015

INIMIGO

Me sinto como um inimigo de realizações que só teriam o objetivo de fazer o melhor para a Cultura no Pará. Tantos escritores, exercendo o sagrado direito de ir e vir como melhor lhes aprouver, desfrutando, felizes, daquilo que considero uma farsa, um escárnio para com a Literatura Paraense. Leio reportagens, vejo fotos, vídeos de mesas de debate, noites de autógrafo e me sinto solitário com minha opinião. Eles estão sorridentes, felizes, empolgados com a tal Feira de Livros, realizada anualmente no Hangar. Bem, prefiro ficar sozinho com minha opinião, mas aproveito para comenta-la, mais uma vez, aqui neste espaço, que é meu. Espero que, ao lerem, tirem de foco opiniões primárias como “vai ver que ele é do PT”. Ou “é um invejoso do sucesso dos outros”. Também, “ele é do contra”. Não.
Se um empresário qualquer aluga o Hangar por uma semana e depois, subloca espaços para livrarias e editoras, convida alguns escritores famosos para serem entrevistados e assinar seus best sellers, não posso ter nada contra. Sucesso ou fracasso, e daí? Mas quando uma Secretaria de Estado da Cultura promove uma Feira que se diz Pan Amazônica, sem sequer ir à esquina. Quando resolve antecipar para o primeiro semestre, o que deveria ser um ápice, ao final do ano, é preciso reclamar. Me explico melhor. Esse governo, há mais de vinte anos no poder, com meros quatro anos para outro partido político, que conseguiu ser ainda pior, vive de eventos. Ignorância, incompetência, desinformação, sei lá. O Pará não tem nenhuma Política Cultural. Na área de Literatura, nada. Há alguns pequenos eventos, ligados ao nada. Uma Feira de Livros deveria ser o ápice de todo um programa, realizado no Estado, durante o ano. Que tornasse os escritores da atualidade conhecidos, estudados, publicados. Que lançasse novos escritores paraenses e lhes desse espaço para se tornar conhecidos. Que relançasse livros importantes, fora de catálogo, porque sem memória, não existimos. Que realizasse em municípios pólo, todo um trabalho de popularização dos escritores paraenses, fazendo-os circular. Então, ao final do ano, uma Feira seria a soma de todas essas ações. Seria, ao menos, paraense, com a presença de escritores e munícipes de todo o Estado. Quem sabe, adiante, adotaria o tal do Pan. Mas não é assim. Escolhem um patrono mas não lhe estudam a obra. Não o homenageiam editando trabalhos ao longo do ano. Não o debatem. Apropriam-se de seu nome para dar um recheio ao bolo que é oco. E o tal país convidado? Onde estão escritores do tal país? Ou escritores brasileiros que usem a cultura desses países em seus livros? É ridículo. E então chegam as grandes estrelas, os escritores famosos, vistos por salas cheias. São levados a passear, restaurantes típicos. Saem daqui felizes, escrevem colunas. Enquanto isso, os escritores locais ficam em um pequeno stand e pronto. Porra, a Feira devia ser deles!!
Mas leio, vejo, assisto escritores paraenses, felizes, lisonjeados, participando de mesas, debates, noites de autógrafo. Fico com a minha opinião. Junto com outros escritores que pensam da mesma maneira, realizamos a primeira FLiPa, Feira Literária do Pará, que acontecerá pela segunda vez na Livraria Fox, com apoio da Editora Empíreo. Iniciativa absolutamente particular. Temos um patrono, o qual reverenciamos em palestras e exposição de obras. Relançamos livro de autor local, escolhido, e que seja importante. Lançamos anualmente um autor novo, em seu primeiro trabalho. Vendemos nossos livros com descontos. Não é assim que deve ser? É nossa posição. Nossa bandeira. Nisso acreditamos.

Não tenho nem posso ter nada contra os colegas que fizeram sua escolha, mas gostaria de pensar que os que lerem este artigo, vão refletir sobre o ato que cometeram ao prestigiar uma farsa.

EU QUERIA SER ANDRÉ MIDANI

André Calixte Haidar Midani é sírio, estava na Normandia, criança, durante a invasão dos Aliados na Segunda Guerra Mundial, correu mundo e chegou ao Brasil para trabalhar na gravadora de discos Odeon. Era o estertor dos cantores de dó no peito e capas horrorosas. André lançou João Gilberto. É pouco? Nos anos seguintes, foi para a Polygram onde arregimentou um cast que contava com Caetano, Gil, Chico, Gal, Bethania, Raul Seixas, Alcione e muitos outros. Não era o diretor artístico, mas cuidava da promoção e do dinheiro. Lembram do Phono 73? Era uma época dourada, onde se visava mais o artista que o hit. O primeiro disco era uma apresentação, o segundo uma afirmação e no terceiro, vinha o sucesso. André frequentava rodas de samba, encontros nas casas. Trocava idéias, fazia um meio de campo perfeito porque era criativo, inteligente, esperto, totalmente diferente dos engravatados que ainda sobreviviam. Havia o boato que Chico e Caetano eram brigados. Fez os dois gravarem disco ao vivo e lembro que foi hit do verão. Topou o desafio de Caetano e lançou “Araçá Azul”, recorde em devolução por parte dos lojistas. Era um disco experimental, não comercial. E então passou para a WEA, em parceria com americanos donos da Warner, Elektra e Atlantic. Eu começava a trabalhar em rádio. Uma época em que divulgadores chegavam com caixas contendo 25 elepês, a maioria internacionais. Vinham Crosby, Stills, Nash & Young, Fleetwood Mac, Bad Company, Creedence Clearwater Revival. A EMI e Polygram iam mais nos ingleses. Uma festa. Difícil arranjar tempo para ouvir tudo que chegava. Mas o mundo pop brasileiro estava mudando e já aparece André Midani lançando Baby e Pepeu, Guilherme Arantes, Frenéticas, a Cor do Som e principalmente o Gilberto Gil de “Palco”. Midani também teve a idéia de juntar Caetano, Gil e João Gilberto no disco “Brasil”, que quase não saía, tamanhos os gastos e as maluquices de João. O país mudava, ouvia mais música internacional e os artistas locais eram reverenciados por uma juventude que agora comprava os discos e os ouvia por um bom tempo, conferindo três a cinco sucessos por trabalho. Uma época em que a capa dos discos eram algo artístico, lindas, onde demorávamos o olhar, desvendando seus segredos e informações. E lá vem André Midani, contratando Nelson Mota e Pena Schmidt, que correram mundo atrás dos novos artistas brasileiros. Titãs, Ira, Lulu Santos, Ultraje a Rigor, Kid Abelha, constituindo outro boom nos anos 80. Junto, veio o cd que acabou com a qualidade das capas. Veio a pirataria, que primeiro acabou com as vendas de cassete e mais tarde, do disco. E vieram os business men, pouco interessados na qualidade e novidade na obra dos artistas. Veio a busca incessante do hit. E veio a internet, o download e o mundo, de repente, virou de cabeça para baixo. A essa altura, Midani já estava em New York, top of the list, mas sofrendo com as mudanças. O livro “Do Vinil ao Download”, é um relançamento, pois foi originalmente lançado em 2008. Agora, teve uma atualização e principalmente, foi transformado em série que foi mostrada no canal fechado GNT. Passei a vida inteira no rádio, ouvindo música, percebendo as transformações. Agora imaginem estar no centro, no olho do furacão, enfrentando de peito aberto e mente esperta tudo o que aconteceu. Midani lamenta as mudanças, porque a arte perdeu e o negócio música venceu a música que era negócio. Já pensou conviver com todos esses artistas e idéias? Eu queria ser André Midani.