sexta-feira, 26 de julho de 2019

O DIA DO ESCRITOR

Acho que se nasce escritor. Genética. Meu avô, minha tia, meus pais. Desde cedo me apaixonei por livros de capa e espada. Adiante, o professor Berbary me proporcionou conhecer José Lins do Rego. Adolescente, acompanhando de longe o sucesso das óperas rock e resultando de uma educação que me fez acreditar que tudo poderia ser feito, e responder por isso, junto a um irmão, comecei a escrever “Foi Boto, Sinhá”. Minha mãe forneceu um glossário de expressões amazônicas e fui em frente. Um dia desses descobri texto mais antigo, pretensiosamente “psicodélico”, claro, sem qualquer droga envolvida, chamado “A Medéia Lisérgica”, escrito à mão. Me interessei pela poesia marginal após algumas viagens ao Rio de Janeiro. Encontrava livros artesanais, cópias xerox e me identificava com a linguagem. Lancei meu primeiro livro, “Navio dos Cabeludos”. O que me impulsionava? O consumo era mínimo. Poucos acompanhavam o que estava fazendo. A seguir, lancei uma fita cassete com poemas não declamados, mas “ditos”, usando sons, criando quadros. Minha poesia sempre teve tudo a ver com o teatro, a cidade, as pessoas comuns. Aí vieram as crônicas. Meu pai foi um excelente cronista e desde cedo nos fez ler Nelson Rodrigues, Oto Lara Rezende e outros ótimos. Hoje estou por aqui. E os romances? Pois é, nem eu sabia que tinha tantas histórias para contar. O primeiro veio da idéia de relançar as radionovelas. Elas não aconteceram mas eu já estava curioso sobre o que desenvolvia. Pura diversão. Conseguir o interesse de uma editora paulista, a Boitempo foi uma grande e essencial vitória. Ivana Jinkings apostou em mim. Continua apostando. Hoje tenho seis livros na Boitempo, contos no Peru e no México. Um livro na Inglaterra e quatro na França. O próximo, já está garantido também na Asphalte. O que move o escritor a escrever? Acho que escrevo para respirar. Com toda a sorte de ter livros nacionais e internacionais, sou absolutamente invisível em minha terra. Quase trinta anos de escuridão cultural acentuam isso. Mas desde que iniciamos a Flipa, alguma coisa mudou. Há novos escritores. Precisamos valorizar os que já estão aí, sobreviventes dessa intensa nuvem que nos faz invisíveis. Se pudesse dar um conselho, diria aos jovens escritores que falem do seu chão. Seu cenário. Muitos, influenciados por Stephen King e séries de tv, ainda dirigem suas histórias para um bolo em que estão milhares de outros, ao invés de se distinguirem com algo de sua região. Acho que esse foi um de meus trunfos. Mas se conselho fosse bom... Cada um tem sua maneira, seu tempo, sua idéia. Ontem foi o Dia do Escritor. Quando alguém me pergunta sobre a profissão, digo, agora, aposentado do rádio, que sou escritor. Levantam a vista, exclamam admirados, olham tentando reconhecer um Paulo Coelho, mas nunca leram nada. Acabam de ler meus livros e dizem que é um roteiro de filme, pronto. Mas é o roteiro de cada um leitor. Como não me estendo em descrições e sabendo que em nosso mundo imagético, todos têm uma grande coleção em seus cérebros, faço com que montem seus filmes. Quem vai ao cinema, assiste ao que o montador apresenta, Não há que imaginar. Ah, o livro é muito melhor. Sinto muito orgulho, felicidade, alegria, mesmo, por ser escritor. Sem juízo de valor. Desejo a todos, mais que sucesso, que sejam lidos. Parabéns!

sexta-feira, 19 de julho de 2019

70 ANOS DE PAZ E ÀS NOVAS CANDIDATURAS

Henrique da Paz completou 70 anos. É um dos grandes nomes do Teatro Paraense. Está à frente do Grupo Gruta, um dos mais antigos e perfeitamente atuante. Acabou de reler “Antígona”, no Waldemar Henrique. Além de ótimo diretor, exigente, sábio, estive com ele na condição de ator em dois momentos marcantes de minha vida. Em 1985 ele foi Francisco Vinagre no espetáculo “Angelim, o outro lado da Cabanagem”, apresentado em uma segunda feira, 7 de janeiro, no Teatro da Paz, data da revolta. Era empolgante vê-lo em cena, o ator em seu auge. Ele “era” Francisco Vinagre. Dois meses de ensaio, lapidando cada gesto, melodia de voz. Bons anos depois, “Hamlet, um Extrato de Nós”, do Grupo Cuíra, dirigido por Cacá Carvalho, fazendo Polônio, magicamente envolvido naquele processo genial, vivido por um mês, 24 horas de ensaio e compromisso. Como há muito a Secult e a Escola de Teatro estão distantes do teatro, a primeira retornando, a segunda com seus alunos não assistindo às peças em cartaz, mesmo que oferecidos ingressos gratuitamente, até agora, os 70 anos passaram sem qualquer nota. Que pena de um Estado que não festeja seus nomes, pessoas que contribuíram e contribuem fortemente para a formação de um povo, doam-se a um trabalho cansativo, embora, para eles, não exista saída. São artistas. Vi uma foto, no Face, de um encontro entre Salustiano Vilhena, Neder Charone e Claudio Barradas. Quanto talento junto! Tenho ensaiado com Barradas a volta de “Abraço”, que fizemos no Teatro Cuíra, claro, como era praxe naquele tempo, sem qualquer apoio oficial. O que podemos fazer para o grande Salustiano voltar aos palcos? E Neder e seus cenários inesquecíveis? Impressionante é assistir Cláudio Barradas, 90 anos, dando seu texto, sugerindo gestos, vozes, movimento, pleno de sua sabedoria teatral. Eles continuam, mas as pessoas não acompanham. Não notam. Não percebem que dão as costas à vida, à Cultura, ao talento.

E aproveito para sugerir, já que ando ouvindo comentários a respeito de candidaturas à Prefeitura – antecipação mais que necessária tendo em vista ao descalabro e abandono da cidade, algo para os candidatos pensarem sobre Cultura. Começa em considerar Cultura algo importante e não dar dinheiro para pequenos eventos apoiados por vereadores e que tais. Passa por analisar os bairros e locais onde poderá instalar mecanismos culturais. Salões paroquiais? Sedes de clubes? Nos maiores bairros, mais mecanismos. Levar oficinas, fazer com que crianças, jovens, adultos e idosos voltem a conviver com o fazer cultural. Realizar eventos nos finais de semana, principalmente à noite, entrando pela madrugada, evitando que esses jovens estejam à mercê do que não presta. Editais para artistas de várias áreas, de maneira a apresentar-se e conviver com as comunidades. Concurso arquitetônico para prédios a serem construídos nos bairros. Sugiro trabalhar com o Ibama para doação de madeira apreendida. Tudo feito de madeira, bem amazônico. Sugiro a construção do Teatro Municipal no Mercado de São Brás, onde como ápice, todas as ações estarão. Parece muito? Nada disso. Imaginem quanto já foi gasto no superado BRT. A última vez em que a cidade teve uma secretaria trabalhando Cultura foi quando Paes Loureiro lá esteve. Uma cidade inteira está sofrendo, brigando, morrendo, apanhando, sendo humilhada, sem qualquer horizonte, à espera de Cultura, acreditem, senhores candidatos.

sexta-feira, 12 de julho de 2019

CRIATURAS DESPREZÍVEIS E MARAVILHOSAS



A maior parte dos meus livros é cheia de personagens de baixo nível, segundo padrões da sociedade. Além da influência de Rubem Fonseca, Dashell Hammett e James Ellroy entre outros, o mundo que me cercava no prédio em que morei uma vida inteira, me seduziu. Pessoas que vivem no limite, vivendo cada dia, sem saber o amanhã. Acordam e não sabem se terão café da manhã, almoço ou jantar. Estão para o que ocorrer. Cafetões, prostitutas, traficantes, camelôs, engraxates, gente que toma conta de carros, magarefes, formam uma quadrilha informal irresistível. São criaturas desprezadas em nome de nossa hipócrita sociedade de homens de bem. Eu os adoro. Caminhando no meu entorno, fiz amizades, me sentia protegido e principalmente, os assistia no seu dia a dia. Ouvia com atenção seus reclamos, xingamentos e alegrias. Lembrei agora de Roni, que toma conta de carros parados em frente ao prédio do INSS. Baixinho, responsável até tomar uns gorós, quando toma seu balde plástico onde põe água para lavar carros, agora transformado em tambor. Batuca e canta melodias que nunca ouvi antes. Um fim de tarde, ele me aborda e me pede uns trocados. Não vou mentir, doutor, é pra tomar uns gorós. Há, neles, uma dose imensa de humanidade, com sentimentos à flor da pele, necessidades urgentes e emoção, muita emoção. Nas prostitutas no seu eterno aguardar por clientes. Amor? Amor? Vamos fazer um amorzinho gostoso, lançam propostas aos passantes. Lá de cima, vejo esconderem trouxinhas em seus decotes e vão passando, incólumes, raspando guardas que revistam suspeitos na clássica posição de braços na parede, pernas abertas. Quando encontro uma literatura que fala desse mundo, leio sofregamente. É o caso de três livros que indico a vocês.
“Marafa”, de Marques Rebelo, foi escrito em 1935, retratando o Rio de Janeiro com seu carnaval, boemia, malandragens, brigas, com um linguajar delicioso e cheio de humor. Malandros, putas, trabalhadores, circulam por subúrbios, cortiços e bordeis jogando, apostando, fazendo amor e crimes. O título é palavra que segundo Aurélio, significa “vida desregrada, licenciosa, libertina”. Adoro. Uma delícia ler o romance do malandro Teixeirinha com a prostituta Rizoleta.
Outro que tal é “Criaturas que o mundo esqueceu”, de João Carlos Rodrigues - HumanaLetra, novamente ambientado no Rio de Janeiro de algumas décadas atrás, reunindo contos que mostram um nobre francês, uma condessa italiana, cronista social, cantora do rádio, travestis, gays, malandros, garotos de programa, uma fauna na Cidade Maravilhosa, em festas que podem ser em Copacabana ou em Xerém, ruas e praias de Ipanema, ou cabarés no centro.

Para terminar, “Eles e elas – Contos da Broadway”, de Damon Runyon – Carambaia, em contos que reúnem toda a fauna que habitava a Broadway, New York, entre 1920 e 1930, basicamente reunidos no restaurante Lindy’s. Runyon, jornalista, cobria esportes, levava uma vida de observação. Sentava e assistia o balé de coristas, contrabandistas, mafiosos, putas, gays e bem adiante, precisando de dinheiro, começou a publicar e a fazer sucesso. Leiam, urgentemente.

sexta-feira, 5 de julho de 2019

FOI ASSIM QUANDO EU VI O MAR

A primeira vez em que mergulhei nas águas de uma praia no Rio de Janeiro, tinha apenas nove anos. Minha avó, de vestido, sombrinha, vigiava do calçadão meus movimentos. À época, a água não ficava tão distante da rua. Indômito garoto mosqueirense, armado com minha prancha de pegar jacaré, respirei fundo e iniciei uma corrida vitoriosa, até mergulhar para aguardar as ondas. Aos primeiros passos na água, senti algo diferente. Em seguida, ao mergulhar no melhor estilo Johnny Weissmuller, senti a temperatura diferente. Ao invés da água quente e lodosa da Praia do Farol, aquela água de oceano estava ge-la-da! Retornei à margem perdendo toda a pose de campeão, sem poder preocupar-me com o olhar dos outros moleques que pareciam estar muito à vontade, dentro d’água. Assustado, sentindo ainda o frio do mergulho, percebi que era um verdadeiro Rubicão. Com cautela, fui andando lentamente, deixando a água tocar-me o corpo aos poucos. Não foi possível. Na primeira onda que apareceu retirei-me, tentando ser garboso, de tal forma que pensassem que não estava satisfeito com a altura das ondas, naquele dia, digamos. Paraenses, naqueles dias do século passado, viajavam em magotes para o Rio de Janeiro, nas férias de janeiro. Ainda viajam, apesar de Miami estar competindo. Encontravam-se pelas ruas e perguntavam: Quando tu chegaste? Quando tu vais? Lembro de meus tios levando a mim e meu irmão até São Conrado para conhecer o mitológico Bar Ben, patrocinador do programa de Big Boy, o lendário dj da Rádio Mundial, que ouvíamos em Belém. O bar era meio chinfrim. São Conrado ainda era pouco visitado, a não ser por rapazes em seus bólidos levando garotas para assistir “corridas de submarino”. Adolescente, chegávamos às praias, agora, Ipanema, com várias turmas, dependendo do posto ou da rua. Escavávamos a areia, esticávamos toalhas ou cangas, de tal maneira que o montinho virava um travesseiro e ali ficávamos lagarteando ao sol, besuntados de Rayito Del Sol. Parte dessas lembranças escrevi em uma peça chamada “A Menina do Rio Guamá”, sobre uma paraense que ao viver na Cidade Maravilhosa e esquecer de sua origem e seu sotaque, recebe a família, estabelecendo-se o choque cultural. Foi muito legal. Adulto, fui esquecendo da praia e preferindo São Paulo. Agora, 35 anos depois, talvez, na Praia do Pepê reencontrei o vento, a maresia, areia e seus personagens. Sim, ambulantes vendendo biscoito Globo, olha o Mate! Sorvete Kibon, olha o queijo coalho! Vendedores de chapéus e biquínis. Superando a barreira das ofertas de cadeira e guarda sol, fiquei ali, com protetor 200, chapéu e camisa contra UV. Passam belas mulheres em biquínis audaciosos e outras, mais velhas, ou acima do peso, qualquer coisa, também em biquínis audaciosos, demonstrando não estar nem aí para quem quiser achar ruim. Tiozinhos aposentados, fit, bronzeados, circulam. Garotos em pranchas de surf e Paddle. Desta vez, os praticantes de kite surf não apareceram. E vamos dar um mergulho. Cauteloso, inicio a caminha lentamente, até tomar coragem e tibum, que água maravilhosamente gelada, transparente e convidativa. E lembrem que se trata de inverno. Não há uma nuvem no céu e já admiti que nada mudará até ir embora. Pego um livro de Sergio Rodrigues, abrindo em um conto sobre a visita de João Gilberto aos Novos Baianos, em seu sítio, no Rio. Acabo de ler e prefiro contemplar a paisagem. Limpa a mente, faz bem aos olhos e penso que o Rio de Janeiro, apesar de tudo, continua lindo!

THE WALL

Uma parede. Acho que nos dias em que vivemos existe uma parede entre minha geração e as nascidas, talvez,  partir dos anos 90. Jornalistas que alcançaram o direito a um espaço nas mídias para escrever crônicas, artigos, opiniões, escrevem para quem? Leio Elias Pinto, como um avohai pela Campina, procurando Alceu Valença, falando dos bares que fecharam. O múltiplo Adriano Barroso insistindo que Clodô, Climério e Clésio, do Pessoal do Ceará são os melhores em noites de vinyl. O mano Edgar diariamente falando aos empedernidos. Estive Em SP e RJ assistindo muito teatro. Sempre, a expressiva maioria da plateia, de cabeça branca. Quando esses grisalhos nào estiverem mais aqui, quem estará na plateia? Percebo olhos de interrogação quando digo que o melhor filme que já assisti foi “Amarcord”, de Federico Fellini. Quem? Lembro quando, bem jovem, anos 70, o olhar perplexo das vendedoras da Radiolux, quando perguntava se havia chegado o disco novo da Mahavishnu Orchestra. Quê? Sempre gozei da amizade de meus colegas jornalistas, quando precisei de divulgação aos meus livros e peças de teatro, mas já há muito que repórteres chegam e perguntam quem é o senhor? O que faz? É ator? Escreveu este livro sobre o quê? Sequer leram o release enviado. Um locutor, dizendo a programação teatral da cidade, à qual quase ninguém atende, informou que o grupo Gruta apresentava a peça “Antigona”, talvez pensando que por ter sido escrita nos tempos da Grécia antiga, fosse bem antiga, mesmo, se me entendem. São informações que não fazem parte do seu mundo. Já não é hora de alguém, sutilmente, para não revelar ainda mais a ignorância do autor da idéia, tirar a placa no interior do estádio “Jornalista Edgar Proença”, onde está escrito “Jornalista Edgar Augusto”? O mano foi um excelente narrador esportivo, foda-se a suspeição, mas o nome é homenagem a meu avô, fundador da Rádio Clube e de muitas outras glórias. A burrice vem dos tempos tucanos e continua. O imenso fosso causado pela destruição da Educação e Cultura no Brasil, criou essa massa de pessoas que pensam que o mundo começou no dia em que nasceram. Jogadores famosos que nunca ouviram falar de Pelé, Garrincha, Zico, Tostão, sei lá. Os leitores que ainda nos lêem, seja em jornais, seja em mídias sociais, já percebi, adoram quando escrevemos sobre o passado, lembrando acontecimentos, modas, gírias, pessoas. Lembram do seu tempo. Nosso tempo. E ainda são pessoas que compram cds em tempos de streaming, frequentam livrarias e até alugam dvds em que possam assistir os grandes filmes, ao invés dos “Vingadores” de hoje, para uma plateia infantilizada. João de Jesus Paes Loureiro, uma glória paraense, completou 80 anos e lançou livro. Mereceu algum espaço. Merecia muito mais. Cadernos, documentários, entrevistas extensas, releituras, debates. Mas, não. Há uma parede entre nós e algumas gerações que considero perdidas. Não sabem de nada. Não tem consciência crítica. A música virou atirei o pau no gato. Teatro vira um erro de locutor. O que haverá quando formos embora? A escuridão. Na Praia do Pepê, RJ, passam moças lindas em seus sumários biquínis, tão bonitas que fazem mal à saúde e eu fico pensando no seu universo cultural. Vou pagar o barraqueiro que nos serviu de bebidas. Chega uma moça, escultural, molhada, saída de um mergulho. O rapaz pergunta se ela quer alguma coisa e ela responde que precisa que ele a leve até a barraca onde estão suas amigas. Estou bêbada e me perdi. Está rolando um vinho muito gostoso por lá. Mesmo em Belém, passam carros importados, com jovens orgulhosos, ao volante, ouvindo a todo volume sertanojos e que tais. Sim, a Educação e a Cultura nunca estiveram em nível tão baixo quanto hoje, mas imagino que esses jovens puderam estudar nos melhores colégios e deveriam receber os melhores ensinamentos, de forma a saber refletir e julgar o que ouvem, assistem, lêem. Mas, não. Livros ocupam espaço, devem achar. São infantilizados, culturalmente, já escrevi antes. E quando os grisalhos se forem, o que restará?