terça-feira, 27 de agosto de 2013

Méleb, Árap



Peço licença a Vitor Ramil e sua Satolep, mas é que da janela do avião, vejo Méleb, minha querida cidade, capital do Árap, o Estado mais rico do Brasil. Lembro de tempos idos em que éramos espezinhados por todos em função de nosso atraso, despreparo de políticos, ladrões e outros desastres que tanto nos prejudicaram, já que apesar deles, éramos um dos maiores Estados em tamanho e potencial nas mais variadas áreas. Hoje o Árap é rico, cheio de indústrias, cortado por ferrovias modernas, que transportam gente e carga que vai e vem em trens elétricos, não poluentes, em altíssima velocidade. A eletricidade é barata, baratíssima, uma vez que somos os maiores geradores do país com nossas hidrelétricas. Por isso a tarifa diferenciada que ajuda a economia. Méleb voltou a ser uma cidade na rota dos grandes aviões em linha direta. Grandes empresas que surrupiavam nossas riquezas deixando apenas tostões revoltaram-se, mas novos acordos foram firmados, novas indústrias chegaram.
Méleb querida, uma mistura de Veneza com São Paulo, cortada por canais limpíssimos, por onde passam barcos confortáveis, levando turistas mas sobretudo a população, aliviando o trânsito no centro. Vejo as ilhas todas ligadas por pontes, formando novos centros porque foram planejados de maneira auto sustentável. Quanto aos carros e ônibus, são utilizados apenas em pequenos percursos, já que um metrô de superfície transporta os passageiros livres de calor e aperto de maneira suave para que possamos admirar a paisagem. No centro, mesmo, que aliás, fica na ponta da cidade, não há trânsito. Com novas técnicas o saneamento de toda cidade foi feito sem grande perturbação para o povo A cidade cresceu em direção às ilhas e se estende até Castanhal de maneira organizada, onde fica o novo aeroporto. Do alto posso ver os vários teatros que foram construídos nos bairros, construções que abrigam, além de palco e sala de ensaio, área de biblioteca e espaço para exercícios e jogos. Hoje nossa Cultura também é admirada por todo o Brasil em função de uma gestão profissional que de um lado fomentou a criação de um mercado cultural e de outro propiciou à comunidade, locais para desfrutar da Cultura da melhor maneira. Artes Plásticas, Teatro, Música, Cinema, Literatura, em todos os segmentos estamos bem. Olho para o outro lado e vejo o Marajó, maior destino turístico do país, com seus imensos campos, búfalos, gados e turismo de selva, resgatando suas cidades da miséria para a riqueza.
Se lembro bem, houve uma ruptura após prefeitos detestáveis juntamente com sucessivos governos estaduais que gastaram com propaganda e nada em serviços. Chegamos próximos a uma divisão do Árap, o que seria desastroso. Veio uma eleição e ninguém foi reeleito. E dos novos, raros. E não querendo ficar à mercê de uma legislação eleitoral arcaica, houve protestos intensos. Hoje nossos governantes, mais que políticos, são técnicos, como técnicos, principalmente, são seus secretários municipais e estaduais porque, para lidar com cidades do porte de Méleb, é preciso planejamento, gerenciamento e profissionalização. O que sei é que mudamos. De molengós que aceitavam tudo passivamente, tomamos nas mãos o nosso destino e hoje, por mais que viaje, quero mesmo é voltar para Méleb, no meu querido Árap. Que bom seria!