segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Como os olhos de um bandido

Tenho assistido a vários filmes concorrentes ao Oscar. Alguns ambientados em guerras, outros no clássico western. No final de semana, Vicky Barcelona. Imagino se nosso prefeito, qualquer um, certo? Imagino se fizesse a mesma proposta feita a Woody Allen para filmar em Barcelona. O novaiorquino fez um filme solar, cheio de amor, verão e pouca preocupação. Scarlet Johansson e Penélope Cruz já seria o suficiente. E o tal beijo entre ambas, não tem nada de apelativo, francamente. Não lembro o protagonista, o mesmo de Onde os fracos não têm vez, Javier Barden, sei lá, mas não lembro, principalmente da outra atriz, de beleza, digamos, mais comum, e talvez, por isso, tão linda, tão next door. O filme? Que filme? Barcelona, já! Quanto a Benjamin Button, de pequeno e curioso conto de Scott FitzGerald, vira como que um épico, 3 horas de duração. Deve ganhar muitos Oscars, mas não deveria, nem para Brad Pitt ou para a belíssima Cate Blanchett. Me explico: com tantos momentos de narração em off, time flying, sobra pouco espaço para atuações marcantes. Nem sabemos quando Brad está em cena, no início do filme, pois nem a melhor maquiagem o deixaria com cerca de 1 metro de altura. E olha que ele nem alto é. Mas o filme é uma delícia de assistir, com as pessoas livrando-se dos percalços da vida, sem que isso represente algo representativo, ou seja, alguém sempre deixa uma herança, ou tem um talento reconhecido de tal forma que terá dinheiro para simplesmente gastar e assim, viver essa vida de aventuras. Super FitzGerald. A tal Operação Valkyria, de Tom Cruise também é meramente interessante e sim, Cruise não convence como o coronel nazista arrependido. Finalmente, by now, vi The Wrestler, com Mickey Rourke e adorei. É uma história triste, bem triste, contrastando com o brilho falso dos holofotes. Rourke é veterano lutador de Vale Tudo, daquele em que tudo é ensaiado, como tivemos aqui o Teddy Boy Marino e até mesmo, nossos Bufalo e Tourinho. Corpo arrebentado, vive procurando frilas para completar o aluguel. Tem uma filha que o odeia por tê-la abandonado e paquera uma stripper que por seu lado teme qualquer relação por ter, também, uma filha, que pretende criar longe de tudo. Rourke, ou Ram, tem um infarto e implanta marca passo. Ao mesmo tempo, tenta contato com a filha. Há um diálogo entre os dois sensacional. Ela ao insultá-lo pesadamente. Ele por aturar tudo e devolver com o arrependimento, perdão e o pedido para ampará-lo, agora que precisa. E tudo isso com aqueles olhinhos infantis, como os olhos de um bandido, que Rourke tem. Momento extremamente emocionante. Me pegou.

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