quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Cultura de volta à escuridão

Estamos perdidos. Após o vendaval que colocou por terra todas as pequenas iniciativas na área de Cultura, com doze anos de PSDB, veio o PT e ao invés daquele discurso que o PT gostava de Cultura, os artistas eram todos petistas, Ana Julia fez uso da Secult para que seu escolhido passasse quatro anos viajando pelo Estado e se elegesse deputado. A Cultura foi para o fundo do abismo. E agora vem Jatene, com esse jeito de ex-músico, sensível à Cultura, que foi atrapalhado por Almir ao iniciar seu governo tendo de engolir sapos e agora, na volta, absolutamente tranquilo e sem dever nada a ninguém e sabedor de tudo de mau que algumas figuras fizeram e repete a dose. Estamos perdidos. Jatene revela a mais completa insensibilidade para com a Cultura e não tinha esse direito, sabendo da absurda quase total rejeição ao escolhido.
O arquiteto Paulo Chaves não entende nada de Administração Cultural e suas diversas áreas a serem desenvolvidas. Atende a solicitações que ele próprio inventa, elege, acredita, todas, absolutamente erradas. Gasta milhões em ópera, porque precisava botar ópera após recuperar o Teatro da Paz. Será que gastará milhões em Teatro ou Música, agora que o Schivazapa está quase caindo de podre? Será que vai corrigir os absurdos arquitetônicos cometidos no Teatro da Estação das Docas e do Parque Residência? Ou vai chamar aquele famoso diretor carioca e montar, por milhões, texto daquele autor amazonense, sem nenhum resultado prático? Ou vai inventar outros bibelôs para se divertir, gastando milhões, jogando areia nos olhos de bobos. Menos mal que Nilson Chaves vai para a Fundação Cultural Tancredo Neves. Pena por Nilson, que certamente não terá qualquer ajuda, nada funcionará como um sistema, por falta de postura do comandante. Coitada da Cultura no Pará. Estou devastado. Nos últimos dias li aqui e ali os boatos. Começou o mal estar. Agora, com a revelação, puxa, isso é mostrar como as coisas podem sempre piorar ainda mais. Desculpem a falta de astral. Meu pai dizia que no Pará "a gente cansa cedo". Não vou me cansar. Continuo como sempre. Nem os doze anos tucanos, nem os quatro petistas, conseguiram destruir tudo. Prejudicaram grandemente, enormemente, mas ainda há pulso. Haveremos de sobreviver. Apesar de você amanhã pode ser outro dia. Aguardemos.

Um comentário:

Yúdice Andrade disse...

Subscrevo tuas palavras, Edyr. Vamos para 20 anos de obscurantismo, se abstrairmos o passado mais remoto. É como se uma Idade Média se abatesse sobre o Pará.