segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Jatene e a Cultura

O que esperar do governo de Jatene na área cultural? Da primeira vez em que foi eleito, já sofreu uma imposição de seu padrinho, o ex governador Almir Gabriel, que forçou a presença daquela figura na Secretaria de Cultura. Jatene permitiu, mas também tirou grande parte de seu poder, retalhando todo o setor, entregue, como sempre, a pessoas sem perfil nem técnica, que passaram quatro anos atirando para todos os lados, sem acertar o alvo. No governo de Ana Júlia foi pior, porque a Cultura foi entregue a um vereador que se aproveitou do cargo para circular, candidatar-se e eleger-se deputado, enquanto que nos demais cargos, pessoas de partidos diferentes, aquinhoadas com cargos, mas nenhuma verba, nada puderam fazer. E agora?
A Cultura precisa funcionar de maneira profissional. Com uma gestão técnica. O falecido La Penha dizia que era importante ser Secretário e Presidente da Fundaçao Tancredo Neves, porque tinha a importância do cargo e a agilidade do outro. Pode ser. O importante é que o Secretário presida a Secretaria chefiando um sistema que tenha no Iap um auxiliar na formação de técnicos e na Secretaria programas de formação de um mercado regional. Que tenha na Funtelpa um instrumento de divulgação disso, tudo funcionando perfeitamente. Será muito difícil, pelo tamanho do Estado. Coisa para alguns governos, mas se as bases forem sólidas, nem governantes de oposição poderão destruir algo que estiver bem feito.
Ao contrário de tudo o que foi dito na campanha, a situação cultural é péssima. Perdemos público, não temos espaços, programas, a Lei Cultural do Estado não funciona porque os patrocinadores desapareceram. Voltamos para uns 30 anos atrás, enquanto que no resto do mundo a Cultura se tornou algo extremamente rentável, seja para artistas, produtores, público, seja para os governos, na forma de impostos e de prestígio. Fico aguardando os acontecimentos.

Um comentário:

Yúdice Andrade disse...

O problema, meu amigo, é que o personagem por você cogitado faz parte da mística amplamente difundida de que tudo o que os tucanos fazem é perfeito, lindo e chique. Dia desses, tive que aguentar, mais uma vez, pessoas refutando minha afirmação de que os tucanos nunca tiveram uma verdadeira política cultural (contínua, eficiente e inspirada em quem entende do riscado) porque construíram a Estação das Docas, o Mangal das Garças, etc.
Putz! Não sabem a diferença entre cultura e equipamentos turísticos! E sempre repetem a cantilena que, antes disso, Belém não possuía nada a se visitar. Se a custo nos ouvem, encerram a discussão com aquela brilhante pá de cal: antes terem feito só isso do que nada, como os outros.
Essa burrice é tão arraigada no imaginário paraense que, aposto, ela voltará com toda força. Vamor a ver.