Acabo de ler que Marise Morbach vai dar um tempo até depois das eleições em suas postagens no blog /Norte. Entre outros motivos, o bombardeio agressivo que sofreu por declinar seus candidatos às próximas eleições. Pena. Se há algo que ainda não conseguimos em relação as pessoas que respondem aos nossos posts, é uma postura educada, de todos. Assim como chegam manifestações até contrárias, mas de alto nível, vêm insultos imperdoáveis. Em nosso declínio civilizatório rumo à selva, estamos em uma situação que, se criticamos o Remo, é porque somos torcedores do Paysandu e vice versa. Ninguém quer discutir argumentos. É tudo raso e estúpido.
Se é feita alguma crítica ao PT, a resposta é logo contundente, integrando o crítico a "Eles", os inimigos. A situação inversa também é verdadeira. Mas o certo, mesmo, é que a expressiva maioria de brasileiros não tem nenhuma inclinação ideológica. Nem os partidos têm. Eu não tenho. Já votei em candidatos do PMDB, PSDB e PT. Sim, votei em Lula, na primeira eleição. Fui mais um dos enganados por aquela campanha de Lulinha paz e amor. Serra me pareceu pouco simpático, um tanto raivoso, como esses pais mal humorados e eu achava que o Brasil precisava de alegria, Lula estava há anos na fila, enfim, que decepção. Para mim, total. Acabo de ler Jânio de Freitas, na Folha, comentando sobre o desânimo que se vê em relação ao assunto eleições. Não há nada que seja espontâneo. Nenhuma manifestação. Estava na Banca do Alvino, uma manhã dessas e o carro som se descabelava e nos agredia sonoramente com o jingle de Ana Julia. Todos os que passavam, riam e comentavam "acelera, imagina".. Nunca houve tamanha distância entre a sociedade e os políticos como nesta eleição.
Pois não votarei em Lula. Nunca mais. Ele me enganou. Dentro daquilo que acredito que deva ser um político, homem público, mais ainda, Presidente da República, Lula está completamente errado. Mas tenho medo de José Dirceu. Sem querer dar uma de Regina Duarte", o cara é perigoso. Lembro, uma vez, manhã bem cedo, na Tv Liberal, estávamos na mesma sala, aguardando para dar entrevista. Ele em mil telefonemas, articulando, sempre. Sua história, declarações, como essas que acabam de ser reveladas em O Globo, para uma platéia de sindicalistas. Ele, que o mensalão tirou do lado de Lula, proporcionando que este se tornasse o que é, agora quer voltar por cima. Dilma é um poste eleito por Lula, mas no Poder, significará a volta do PT à Presidência. Lula não é PT. Lula é Lula. Será que darão o golpe no cara, devolvendo o ato? Afinal, Lula, no projeto inicial, reinaria, mas quem governaria seria José Dirceu. É um homem fixado em seu projeto de poder. Que recebe derrotas com um sorriso, cai e se levanta novamente, com mais periculosidade ainda. Sem amor, paixão, emoção, fechado naquilo que deseja. E quando confrontados com fatos, todos se defendem atacando, não sentindo um pingo de constrangimento. Agora, Erenice Guerra, que descobriram ser fábrica de dossiês, é imprensada, vítima de seu próprio produto e demitida, vergonhosamente. Dilma, de quem sempre foi o braço direito, nem tchongas. "Apenas uma ex-assessora". São fatos. Tenho medo. Não gosto de Dilma. De seu olhar, seu jeito de falar e andar. Pode ser coisa de romancista, mas parece ser uma mulher com um oceano de vingança na alma, que às vezes aparece em gotas no seu olhar.
Antes que alguém pergunte sobre Serra, digo que hoje continuo achando a mesma coisa e não duvido das mesmas maracutaias, que nos são tão vergonhosas. Quanto ao que temos no Pará, pior ainda. Já escrevi em outro post. Todos os que nos governaram nos últimos 50 anos não têm o direito de nos pedir votos, uma vez que em todas as pesquisas referentes a Educação, Saneamento, Saúde, várias outras, estamos ou na última ou últimas colocações. Insuportável. Enfim, não sou Remo nem Paysandu em Política, apenas um brasileiro comum, querendo o melhor para todos. Sim, sou capitalista, acredito no lucro, mas não acredito em selvageria, em injustiça para todos. Em quem votar?
Um comentário:
Meu caro Edyr gostei muito dos teus argumentos, temos que nos colocar diante dos nossos "elegíveis" sem esse papo de que não podemos conviver com posições diferentes das nossas. Quanto ao partido da cultura era uma coisa prá se pensar pois sem cultura e sem educação a coisa fica muito mais difícil. Bjs
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