segunda-feira, 27 de abril de 2009

Que Literatura?

Foram duas notícias, na mesma coluna, de jornalista não confiável, é verdade, mas a demonstrar o momento que vivemos na área da Literatura no Pará, em Belém. A primeira dá conta do 2o. Jirau de Literatura Paraense, com inscrições abertas até 15 de maio e realização entre 28 e 30 do mesmo mês, com apoio da Fundação Cultural Tancredo Neves e Ufpa e realização da Associação de Escritores da Amazônia. Meu amigo Salomão Laredo me convidou para a primeira edição, mas não pude aceitar. De qualquer maneira, não aceitaria. Está tudo errado. Durante os doze anos tucanos, fui censurado, sobretudo nesta área. Não podia ser convidado para nada, nem meus livros utilizados para qualquer coisa. Mas é que agora, um gesto tão amador quanto o deste Jirau, soa como grave ofensa. Nem a Secretaria de Estado, nem a Fumbel têm qualquer política para Literatura. Nada. Simplesmente nada, a não ser a tal Feira, que é um belo momento para livreiros e alguns escritores do sul, que vêm para ser acarinhados, passear e comer bem. Para os autores locais, nada. E então, no momento em que existem várias ações no resto do Brasil, valorizando autores locais e que ao contrário, nada disso ocorre, realizar esse Jirau, onde as autoridades entram apenas com o local e os escritores levam seus livros, sua banquinha e ali ficam aguardando, certamente, seus familiares, não o público, me parece humilhante demais. Pior do que isso, somente ler, na mesma infame coluna, que a Secult, do secretário Edson recusou convite da famosa Feira de Livro de Porto Alegre, a mais antiga e maior do país, para que o Pará fosse o Estado convidado. Está bem que não tendo nada a oferecer, deveria ter dado vergonha, aí a razão da negativa. Infelizmente, não foi por isso. Temos o centenário de Dalcídio Jurandir, temos autores, que teimosos, recusam-se a sumir. E ainda temos de suportar isso.

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