segunda-feira, 20 de abril de 2009

A Censura à Imprensa

Tenho acompanhado em meus blogs preferidos, o debate a respeito da atitude de uma juiza, proibindo nossos jornais de publicar em seus cadernos policiais, fotos de vítimas de agressão, que vinham se revelando procedimento sistemático, em uma porfia perigosa e sem limites. Jornalistas defendem o direito de publicar o que dizem ser "chocante realidade de uma cidade entregue à violência", e o perigo da censura que chega aos poucos e adiante, ninguém sabe. Os blogueiros, deflagradores de uma campanha que culminou com o ato da juíza, não se dão por satisfeitos. Consideram que a juíza fez o certo, tirando de cena fotos realmente absurdas. E acho absurdas, mesmo. Violentas, agressivas, nojentas. Agora, daí até a juíza proibir, vai grande distância. Até agora, os jornais têm usado de criatividade para publicar fotos. Imagino que ao longo dos dias, começará a haver uma série de tentativas para perceber o limite, já que não há limite definido, nem pode haver, pois subjetivo o que é violento para um e outro. Acho também que vivendo em uma democracia, compra o jornal quem quer, principalmente, lê o caderno policial quem quer, também. Acho que se há um consenso, entre várias parcelas da sociedade, que são absurdas as tais fotos, só há duas saídas: uma, deixar de comprar os jornais. Outra, agir de maneira conjunta, através dos blogs, cartas, abaixo assinados e outros instrumentos, para convencer os editores que há uma manifestaçao contrária, em número suficientemente preocupante, para a vendagem e leitura dos produtos, que vale a pena considerar. É assim que tem de ser e pronto. Um dia desses, o senador Christovam Buarque disse que o Congresso estava tão ruim, que pensava se não era melhor fechá-lo. Confesso que no primeiro momento, dei-lhe razão, mas em seguida, quase gritei comigo próprio, é uma democracia! Sem Congresso, estamos perdidos! Em nenhum momento podemos abrir mão do Congresso e pronto. Mas procurarei, no âmbito de minhas possibilidades, como cidadão, convencer outros a, no próximo pleito, não reeleger nenhum de seus integrantes pois lá, os poucos bons acabarão pagando pelos muitos maus.
Não, eu não acho que seja através de Censura que a grosseria idiota dos nossos jornais, com seus sanguinolentos cadernos policiais se resolverá. Particularmente, não vejo viabilidade financeira nesse sangue todo. Jornal hoje é um produto da elite, seja financeira ou cultural. Consomem jornal alguns viciados em informação, mais funcionários públicos, agências de propaganda e alguns empresários. Pobre não compra jornal. Assiste televisão. Ouve rádio. E vão me dizer que esse público citado adora matérias pingando sangue? Pobre (desculpem usar a palavra como a designar alguém inferior, mas é meramente uma questao mercadológica) pode até espichar o pescoço para ler os tais cadernos policiais, expostos em bancas ou na calçada, mas comprar, não. Qual a razão, então? Não sei. Alguém comentou, certa vez, que os gazeteiros exigiram isso, pois acham que é fator de venda. Será? Qualquer pesquisa simples tira isso de letra. Agora, desculpem os amigos que pensam diferente, mas censura, não.

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