Sábado passado, estava zapeando a Tv até dar com Ben Hur, o filme de tantos Oscars. Fiquei. Não consegui despregar os olhos. Não sei quantos anos tinha quando vi pela primeira vez, mas lembro até hoje a forte impressão que me causou a famosa cena em que Charlton Heston, como escravo, passa por um oásis e recebe água de Jesus Cristo. Depois de beber a água, ele levanta os olhos e o fita contra a luz, de tal forma que nós, não lhe vemos o rosto. Foi ali um dos momentos em que me convenci que religião é muito mais do que livros, missas, condenações e que tais. Mas, duas coisas: infelizmente, por alguns minutos, perdi o famoso avião que passa ao longe, nesta mesma cena. A outra diz respeito ao que recentemente se passou a comentar, ou melhor, tive conhecimento, pois não sei se à época já rolava isso. Ben Hur é um filme gay total! Está bem, Ben Hur e Messala são apenas amigos. Está bem, mesmo. Normal. Mas, daí em diante. Ben Hur está em uma galé. Entra um consul romano. A bicha, ao invés de ficar em seu aposento, prefere viajar no porão, sentado, assistindo uns duzentos homens remando, suados, fedendo, sobretudo fitando Ben Hur. Hummm.. Depois o chama até seu quarto. Quando Ben Hur entra, ele (ela) está dormindo... Humm.. Nada bobo, Ben Hur o salva quando há o naufrágio e por ele é adotado, recebendo tudo a que tinha direito... Humm.. O consul diz lembrar o filho, que morreu na idade de Charlton Heston. E adiante, o mercador árabe, dono dos cavalos com os quais Ben Hur vai vencer a corrida de bigas, vai até a sauna dos romanos apostar com Messala. Estão todos somente com uma toalhinha na cintura, molhados de suor e óleo.. Humm.. Muito gay.
Nada disso tira o brilho das cenas finais da corrida de bigas. Acho que nunca verei algo tão bem filmado, com as condições da época. Uma perfeição de cenário, montagem, som, tudo. Lembrei até de meu pai. Messala, o romano malino, é tão escroto que das rodas de sua biga saem dois esporões de aço, de tal forma que vai destruindo as rodas dos demais desafiantes. Meu pai, no trânsito de Belém, há vários anos, dizia querer ter, como Messala, em sua Variant, esses mesmos esporões, para ir arrebentando os carros dos barbeiros à sua frente!
E Let it Be? Meu irmão Edgar me deu de presente. O filme dos Beatles fazendo o disco. As relações entre eles, péssimas. Decidiram não mais excursionar. John Lennon levando até para o banheiro a japa girl Yoko Ono. Paul posando de dono da banda, sendo mais focalizado no filme do que os demais. Ainda assim, vê-los em seu trabalho de ourivesaria em clássicos do rock, é imperdível. A última cena, no telhado da Apple, é inesquecível por vários motivos. Por assisti-los tocando, ao vivo e principalmente, por momentos finais. Aí, não há nada pré determinado, apenas reações de seres humanos. Os policiais chegam ao teto. Conversam com Mal Evans. Com medo, temente à autoridade, George pára. John vai desligar o amplificador. Paul olha e decide continuar, ao que imediatamente os outros dois retomam. Ao final, John vai ao microfone, agradece, pede desculpas por ter atrapalhado o horário de almoço de todos enquanto Paul, feliz, grita que os Beatles voltaram à estrada, às raízes. And in the end, the love you take, it`s equal to the love you made..
Também sem querer assisti o final de Amargo Regresso, super filme com Jon Voight e Jane Fonda, contra a guerra do Vietnã. Jon está de volta, paralítico, namorando com Jane, linda, cujo marido está na guerra. Ele volta. Ela volta para ele. Como Jon Voight transformara-se em ativista contra Vietnã, foi espionado. Mostram tudo para o marido, extremamente perturbado. Depois de receber uma condecoração imerecida, ele vai à praia, tira as roupas e entra no mar, sem saber nadar. E tudo acaba com Out of Time, dos Rolling Stones. You`re out of time my baby, my poor old fashioned baby, I said baby, you`re out of time
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