quarta-feira, 26 de maio de 2010

A Paradinha

Sim, sou à favor da Paradinha, aquele mis an cene que o cobrador faz, no momento de bater o penalti, forçando o goleiro a precipitar-se, sendo deslocado. Mas, cabe uma explicação. Para mim, o futebol é o melhor esporte do mundo. O mais justo. Que, de alguma maneira, reproduz situações da vida. E a questão da vida é a questão da ética. Melhor ainda, para o futebol. Os que são contra, dizem que é muita humilhação para o goleiro. Que além da magnífica oportunidade de fazer o gol, ainda executam aquela "dança" maligna. Vou primeiro para o que é conhecido. Penalti, é a penalidade máxima do futebol. Cometida dentro da área, de maneira clara, impede que seja feito o gol. E o futebol é gol. Impedi-lo é coisa séria. Terrível. Por isso, é marcado aquele tiro livre, dando uma mínima chance ao goleiro. Afinal, já deveria ter sido gol, o que foi evitado de maneira fora da lei do jogo. Mais ainda. Nos últimos anos, com o desenvolvimento físico dos atletas, os goleiros, além de chegarem aos dois metros de altura, também demonstram grande flexibilidade, agilidade, rapidez, diminuindo as chances daquele cobrador de penalti, sim, eu sei, ainda com um espaço enorme, de sete metros e tal, para chutar. Aí, vem o que considero básico para minha opinião. A bola somente entra em jogo após girar em sua própria circunferência. Portanto, antes disso, mesmo que o jogador ponha o pé junto a ela, bem próximo, não a tocando, ela não está em jogo. Proibir que ele faça isso é proibir que, em qualquer cobrança de outra falta, sequer possam, aqueles dois ou três jogadores, fazer menção do chute, passando por cima da bola, até que um venha e a execute. Proibir que o goleiro leve alguns segundos a mais para chutar um tiro de meta. Agora, aí vem a questão da ética e para isso, há um juiz. Não é possível para o cobrador, chegar junto à bola e ficar a executar arabescos, truques, passos de tango e não fazer a cobrança. Para evitar isso, temos o juiz. Questão de ética. Engane, finte com o corpo, mas faça a cobrança. Ainda mais criativo é aquele penalti inventado pelo Djalminha, onde faz menção de chutar forte e toca de leve, por baixo, tipo balãozinho, no meio do gol, feito em câmera lenta.
Mas impedir a Paradinha, não. Achar que ela humilha o goleiro, também não. E achar que o penalti é demais, também, não. Embora a instrução da Fifa, tipo "na dúvida, pró gol", o que vemos, em todo o mundo, é justamente o contrário. E futebol é gol. Paradinha, sim.

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