quinta-feira, 26 de novembro de 2009

A nova Escola de Teatro

Saiu ontem, na Folha de São Paulo, matéria sobre a inauguração da SP Escola de Teatro, projeto do governo estadual para formação de profissionais de artes cênicas, ali no Brás. A sede definitiva funcionará na praça Roosevelt, no centro, custando pouco mais de 4 milhões de reais. Enquanto o prédio não fica pronto, prometido para agosto, foi reformada a Oficina Cultural Amácio Mazzaroppi, que custou 500 mil reais. A necessidade de se antecipar à finalização do prédio, foi pela adequação ao calendário letivo padrão, com aulas a partir de fevereiro. Custará, anualmente, 8 milhões de reais, geridos pela organização social de cultura Associação Amigos das Oficinas Culturais do Estado de São Paulo. O valor supera o montante que o governo estadual destinou neste ano a seus principais projetos culturais, entre eles, Programação de Ação Cultural, campanha Vá ao Teatro, Festival Nacional de Teatro Infantil de
Salto (no noroeste do Estado), Circuito Cultural Paulista e Virada Cultural Paulista. Tudo começou com a galera dos Satyros, reativando um prédio abandonado na Praça Roosevelt, então completamente abandonada a mendigos, traficantes e usuários de crack. Os Satyros e Parlapatões sçai responsáveis pela maioria dos cargos de direção e coordenação. A instituição oferecerá oito cursos regulares para atuação, cenografia e figurino, direção, dramaturgia, humor, iluminação, sonoplastia e técnicas de palco, com dureção de dois anos. Tudo gratuito. Haverá também cursos livres de seis meses.
Porque posto esse acontecimento? Precisa explicar? A Escola de Teatro e Dança da Ufpa, que depois de muita luta, conta com doutores e mestres e um teatro perfeitamente equipado, também tem colocado novos técnicos no mercado. E agora sei de uma Escola Estadual, que ainda não visitei, que fica ali, ao lado do Sebrae, dirigida por Vânia Castro. Mas a pergunta que faço é o que fazer, uma vez saído de uma dessas escolas locais? Em São Paulo, há um imenso mercado. Aqui, não há nada. Temos alguns novos encenadores, como Saulo Sisnando, Danilo Bracchi, talvez tenha esquecido alguém, com gente nova em cena, mas um trabalho hercúleo em trazer de volta o público. A maioria dos nossos grandes nomes está a serviço da Escola de Teatro, muito justamente recebendo salários condizentes com o grau que alcançaram, mas sem tempo para fazer teatro. Enquanto isso, aqui fora, quais são os novos teatros? Em São Paulo, o Shopping Bourbon inaugurou um de 2 mil lugares. Há outro, creio que na Vila Olímpia, que acaba de ser inaugurado, com 600 lugares. É o teatro, levado, também pela iniciativa particular como algo importante para a sociedade. Por aqui, pelo menos temos o Cuíra, com toda a luta do dia a dia.

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