Gosto muito de História. Desde criança. Há uns dois anos, livros contando a história do Brasil vêm obtendo expressivas vendas, mercê de um contexto maravilhoso e uma escrita leve e agradável. Acabo de ler "O Príncipe Maldito", de Mary del Priori, contando a história de Pedro Augusto, que seria o Pedro III, imperador do Brasil. A história tem todas as características de romance, novela, filme, o que quiserem. Eu não sabia nem de sua existência. Na sala de aula, passamos por cima de tudo isso, mais preocupados em guardar datas, ou saber se isso vai cair na prova. Um absurdo. A todas as pessoas que contei o enredo, ficou a impressão de ser algo agradável, bacana de saber. Imaginem se ao invés dessa bobajada das salas de aula, contadores de histórias passassem tudo, com interpretações, debates, discussão. Seria ótimo.
O Regente Feijó esteve à frente de tudo até Dom Pedro II assumir. Teve duas filhas, Isabel e Leopoldina, que casaram com dois europeus. Isabel seria a Rainha, com a morte de Dom Pedro II. O monarca iniciou a velhice, algumas doenças e começou o zunzunzum. Fofocas políticas, do povo e principalmente, nas internas. Isabel era casada com o Conde D'Eu, que ninguém suportava. Demorou a ter filhos. Leopoldina, não. Deu à luz dois meninos, o mais velho, Pedro, um homem bonito, que logo se impôs na sociedade e passou a ser um candidato natural ao trono. E a vida vai passando. Dom Pedro II resolve ir à Europa, tratar-se e também levar Pedro para conhecer o Velho Mundo. Enquanto o imperador se trata, o jovem corre as monarquias sendo homenageado, condecorado, procurado por candidatas a consorte. Enquando isso, no Brasil, não suportando as pressões, e já demorando muito, Isabel assina a Lei Áurea. Nem por isso fica mais simpática, bem como o marido. É bom dizer que a autora, Mary, cita apenas de passagem a Condessa de Barral, Domitila, que, convenhamos, não parece ter sido alguém a ser citado apenas de passagem. O imperador volta e é recebido com júbilo. No entanto, Benjamin Constant, Aristides Lobo, Rui Barbosa, Quintino Bocayuva, José do Patrocínio e outros que tais, tramavam a República. Chamaram Deodoro de Mendonça, herói da Guerra do Paraguai, que por fuxiquinhos foi mandado para o Mato Grosso e declararam a República. O jovem Pedro, que articulava algum golpe, desde que o colocasse no cargo, só foi saber de manhã cedo, ao sair para dar uma volta de cavalo. Passou o resto do dia aguardando ser chamado para ocupar o trono. Isabel e o marido ficaram desesperados. Dom Pedro II voltava de Petrópolis e recusava aceitar o fato. Imaginem a guerra interna nesta família. Está bem, mandaram dizer que partiriam para o exílio no dia seguinte, às cinco da tarde. Não. Partem logo mais, de madrugada, sem tempo para reunir bens, resgatar títulos, nada. Já na viagem, o jovem Pedro apresenta sinais de loucura. Fica internado em um hospício, onde fica até morrer. Dom Pedro II morreu mansamente, algum tempo antes. De Isabel, não lembro. Leopoldina morreu logo, lá no começo da história. Uma novela.
Abelha Rainha
Sempre gostei de Bethânia. Desde a Boate Barroco. Depois, adolescente, me apaixonei pelo Maria Bethânia Viana Telles Veloso, que tinha "Olha o tempo passando". Adiante, em "Rosa dos Ventos", ela me ensinou a ouvir Fernando Pessoa. Algumas opções nem sempre me agradaram de todo, mas Bethânia sempre esteve íntegra. Agora, colhe os frutos, lançando, mais uma vez, dois discos de uma só vez. É MCB, eu diria, hoje, Música Culta Brasileira, que há alguns anos, era Popular. Tudo é bom em "Tua", principalmente a primeira música, "É o amor outra vez", de Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro e a última, "Domingo" (domingo eu não sou boa companhia), de Roque Ferreira. O outro, "Encantaria", ainda não ouvi. Depois eu digo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário