quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

O consumismo é a cleptomania legalizada

Bela frase que li em um artigo de jornal. Sou consumista. Me esbaldo comprando livros e cds. Roupas, também. Não é pecado. O excesso, pode ser doença, claro. Fazer disso uma razão de vida, também. Mas vivemos hoje um ambiente de consumo. Olhe para os lados e há sempre uma oferta, sugerindo uma vida melhor, ou mais condizente com a imagem que você projeta para si. Será que meu prazer se esgota no simples ato de comprar, tirar algo da vitrine, ou da tela da internet, tomar posse daquilo que ali brilhava e agora é meu? Também sou consumidor de impulso. Gosto e nem quero muita conversa. Vou logo pagar. Tem a ver com a minha ansiedade que talvez seja aplacada desta maneira. Mas vejam que hoje, compramos em lojas cada vez mais exclusivas, para não passar pelo "desconforto" de cruzar com alguma pessoa usando a mesma peça. E, no entanto, até mesmo antes da crise, as lojas de luxo já vinham se popularizando. Compramos e agregamos a nós o conceito, o prestígio e exclusividade daquela marca. Filas em Paris para comprar uma bolsa Hermés, no valor de mais de 5 mil reais. Vem a piada dizendo que todas as bolsas do mundo caíram, menos as Hermés e Vuitton. Queremos consumir. Inclusive pessoas, como podemos devorar, agora, esses infelizes do BBB. Queremos tirar o pedaço, olhar o fundilho do fundilho das calcinhas das atrizes, que normalmente já vão sem a calcinha, e nós, talvez, buscando seu âmago, através de suas xoxotas, um olhar ginecológico. Observem que nas fotos, agora, mesmo vestidas de calça comprida, elas estão de pernas abertas, bem abertas, como um convite entre, me conheça por dentro, consuma-me. E as mulheres e as coisas são sempre as mesmas. Um mundo homogêneo. As grandes cadeias de lojas, fast foods, tornando o mundo igual. Desde o aeroporto, avião, táxi, hotel, lojas, tudo igual. Então, para quê viajar? Não é melhor gravar em DVD e assistir em casa? Se há tudo à disposição nas lojas? As mesma lojas, mesma decoração. Entre em uma lanchonete Subway na Brás de Aguiar, ou na Oxfort Street. A mesma coisa. O que falta na globalização é nivelar os povos, pois é uma proposta americana não de globalização, mas de conquista do mundo, onde apenas um lado é contemplado, aquele que paga por produtos americanos. Quando queremos fazer o mesmo, somos impedidos por milhares de leis e decisões. Assim, não há troca. Há diferenças cada vez abismais e tudo o que queremos é que todos tenham direito a tudo o que o mundo moderno oferece. E saímos por aí vestindo marcas que nos agregam valor, dirigindo aquele carro do comercial, enfim, consumindo, predando, tirando da vitrine, da tela. A cleptomania legalizada.

2 comentários:

Unknown disse...

Os sandubas da Subway sao arggggggg mas devido a marca esta em qualquer lugar do mundo,acabamos consumindo, nem que seja uma unica vez.
Mas consumir faz bem, nos da a falsa impressao de poder, de sermos fortes!

Edyr Augusto Proença disse...

É verdade.
Obrigado pela visita
Edyr