quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Zapping

Tenho uma camisa com a palavra Preguiça estampada à altura do peito. Sou preguiçoso. No momento, adio até não poder mais escrever um conto para uma coletânea de autores sulamericanos, para a qual fui convidado, chamada Entre Guerras. Houve um sorteio de "guerras" e para mim, caiu palestinos x israelenses. Houve quem me pedisse para trocar. Clarro que nón! Aos poucos fiz as pesquisas necessárias. Não costumo escrever assim, mas vamos lá. O desafio é bom. O problema é a preguiça. Quando escrevo, sei que nos próximos dias escreverei de uma vez. Meu dead line é em janeiro.. Enquanto isso, mantenho-me sem ler livros, com a desculpa de não permitir outros estilos me influenciarem. Bobagem. É uma maneira de assistir a filmes em DVD. E ouvir cds, o que faço em meu carro, por falta de tempo. Resolvi comentar o que tenho visto e ouvido. Quando voltar a ler, também comentarei. Quando ao conto, nem tenho ainda seu título. Mas vai sair.
CD
Quando me perguntam como vai a música, respondo que vai muito bem. O que vai mal é o mercado, ainda sem saber o que fazer com as novas mídias. Mas também é preciso dizer que um dos males desta super oferta, pois qualquer um pode gravar seu cd em casa, sozinho ou com parceiros e jogar na rede, é que fica difícil encontrar algo que preste. De ruim, milhões. De mais ou menos, outros milhões. Mas encontrei um cd bom, Outro vento, de Julio Dain, lançado pela Biscoito Fino, produzido e gravado em Paris. Julio tem um timbre parecido com Chico Buarque. O instrumento dominante é o piano, onde foram compostas todas as músicas, interessantes, provocantes, atonais, às vezes, em compassos diferentes, também, como na abertura "eu não sei o que faço, dou cada passo em falso, quase amasso o nariz no chão, mas não perco o compasso, não". Ou em "Outro Vento", "por ti pratiquei meu desejo, praticamente fui louco por ti, por ti partilhei minha carne, partilhei do teu corpo, por ti". Muito bom, instrumentalmente sobretudo.
Também muito boa é a banda Jazzafinado, que lançou Segundo Round, pelo selo Paralelo Zero. Formada por Bernardo Bezerra, Julio Merlino, Rafael Garrafa, Rodrigo Borges, Rodrigo Scofield e Thiago Farta, deslumbra em um trabalho com raízes no funk dos anos 70 e 80, teclados com som de Rhodes, guitarra com wah wah, mas com melodias cativantes e execução muito boa, com espaço para evolução de cada um, sem embrulhar nada. Imaginem que apenas uma das faixas não é deles, interpretação linda para Libertango de Piazzolla. Procurem pela internet. Aqui, ninguém nem sabe o que é isso.
FILMES
Já repararam que De Niro, Pacino e Daniel Auteil não apenas ficaram parecidos na velhice, mas também esculhambados, amassados, suarentos, com barba por fazer, sempre? Assisti a dois de Auteil recentemente, o último deles, MR73, a última missão, a partir de fato real. Daniel faz um policial no limite do stress, cuja esposa e filhinha, aparentemente sofreram um acidente e apenas a mulher vegeta sobre uma cama de hospital. E tem de lidar com corrupção interna da Polícia, mais um criminoso que após longos anos preso, será libertado e matará uma mulher. É bom. Na onda das comédias românticas, Matthew Broderick e Brittany Snow fazem Finding Amanda. Ele, um roteirista fracassado de séries de tv, viciado em jogo e ela, a sobrinha que sem conseguir conviver com a mãe por conta do padrasto que a estupra, vira prostituta em Las Vegas. Fica ruim porque tangencia os verdadeiros problemas, mas ao menos o final permite à garota fazer sua escolha e o tio, também. "Cartada de Risco" também mistura tudo. Dominique Swain é a filha de um jogador de poquer profissional. Ele forjou sua morte ao correr perigo por conta de suas confusões. Ela está na Universidade e estagiando no hospital, descobre que um médico cobra por operações. Os amigos sabem de sua habilidade com as cartas. Há um concurso valendo 5 milhões de dólares. Nos momentos finais, não somente o pai reaparece como seu adversário é o tal médico ladrão. Tangencia os reais problemas e fica na comédia romântica. Todos felizes ao final.

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