É bastante normal quando
percebemos que o “nosso santo” não bate com aquela pessoa. Diferença de
atitudes, opiniões, postura, sei lá. Naturalmente você a tratará com todo
respeito e civilidade, mas não vai procurar sua amizade, convidar para ir à sua
casa, por exemplo. Mas há uma certa estupefação quando, por motivo fútil, uma
pessoa se dirige a você de maneira a externar toda a antipatia que sente. Você
não havia percebido. Essa pessoa estava naquele grupo, convivia sem grande
contato, mas o tratamento era de colega. E em determinado momento ela externa o
que estava engasgado, você se assusta e depois, botando a memória para
funcionar, percebe que já havia sinais que você não tinha entendido. É confuso.
Você agia com naturalidade entre aquelas pessoas, procurando ser quem é, sem
grande destaque, participando do coletivo. E vem aquele direto no queixo. Você
bambeia, vai para as cordas, o juiz abre contagem e as coisas vão clareando.
O jogo de futebol mal começara.
Você joga no meio. Ele, na lateral direita. No primeiro lance ele atira-se ao
ataque e por lá fica, indiferente à situação do jogo, que pretendia explorar a
ausência naquela posição. Você, preocupado em sair do meio para a lateral afim
de cobrir aquele espaço, dirige-se a ele, com um carinho que só é possível
durante uma partida de futebol, e recebe de volta uma coleção de palavrões,
identificando-o como costumeiro em reclamações e perseguição. Como? Surpreso,
você tenta apaziguar os ânimos e recebe outros palavrões de volta. O jogo está
rolando. Deixa pra lá. Vai para o outro lado do campo de maneira a não mais
cobrir seu espaço ou participar de jogadas com ele. O jogo acaba e você não para
de pensar. Lembra que ele, contrariando seu jeito calmo e tranquilo, sempre que
você erra uma jogada, reclama fortemente e começa a unir as situações. Não há
nenhuma contenda entre os dois. Fora dali, nem convivemos. É antipatia. No seu
jeito macambúzio, ele pode estar assistindo quando você chega, conversa, joga,
enfim, tudo, quem sabe, antipatizando. E explode nesse momento. Fiquei triste.
Todos nós queremos agradar ao maior número de pessoas. Ser aceitos. Procuro
fazer o meu melhor, sempre, dentro da civilidade, dignidade e educação. Mas é do
gênero humano. A antipatia. Fez-me pensar. Ainda estou pensando. Por isso
escrevi. Por isso publico aqui, em meu blog.
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