SEM DIZER ADEUS
Adaptar um livro não é fácil. É preciso encontrar o conflito, localizar dramaticamente os pontos certos. Dar dinâmica, encantar o público e acima de tudo, contar uma história e com ela, fazer a roda do mundo girar, seja o mundo, seja sua aldeia. A história de Dalila Ohana e a morte de Magalhães Barata conquista de início o público feminina que se deixa envolver pelas atitudes tomadas contra ela, que deseja apenas ficar ao lado de seu amor. E vice versa. Aos homens, a imagem de um líder que se fazia respeitar e era temido e aos poucos, alguém sem poder algum, de quem todos se aproveitam por diversos motivos.
Zê Charone e Cláudio Barradas formam o casal Dalila e Barata, eles que vêm de um feliz encontro em “Abraço”. A primeira em seu melhor momento, talento, experiência e beleza a serviço do teatro. O segundo, nosso maior ator, a própria história do teatro paraense. Zê apaixonou-se por Dalila. Cláudio, a reverência pura a alguém que conheceu quando foi redator em O Liberal.
Um estratagema interessante foi encontrado para a participação de outros personagens importantes do livro. Atores como Henrique da Paz, Olinda Charone, Saulo Sisnando, Flávio, André Mardock, Roni Hofstatter e Flávio Ramos surgem em imagens projetadas no cenário, contracenando com Zê e Barradas. Isso também acarretou um esforço extra para obter o sincronismo ideal para as cenas. Há também filmes mostrando Magalhães Barata em ação, seu enterro e até mesmo um áudio onde garante que sua doença é algo simples, que logo passará, feitos por Milton Mendonça e Líbero Luxardo, cedidos gentilmente pelo Museu da Imagem e do Som em edição e montagem de André Mardock. E música, em vários momentos, composta e arranjada por Edyr Augusto Proença, com execução de Luiz Pardal.
É como um sonho de Dalila, vista na primeira cena, sentada em um banco, abraçada ao livro, pensando. Uma adaptação livre que visa contar uma boa história, fazer justiça a uma mulher que amava seu homem e deixar ensinamentos.
2 comentários:
Estaremos lá, Edyr. Parabéns por mais esse trabalho, parabéns à Zê, Cláudio e todos que fizem o "Adeus".
Vera Cascaes
uma bela estoria de amor, quem acompanhou sabe que eles se amavam muito, minha mae que era nora dele, me contava a forma humilhante que os asssessores tiraram dalila da casa da dr.moraes. parabenizo vcs pela iniciativa.pena nao vepois resido em cabo frio.abraços
neylla barata
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