sexta-feira, 29 de outubro de 2010
Estamos começando nossa descida
Acabei de ler este romance, autoria de James Meek e o que me fez comprá-lo foi o fato do autor ter sido repórter de guerra e o tema do livro passar sobre esse cenário. É curioso que após a Segunda Guerra Mundial, exceto o Japão, os americanos terem se metido em guerras que acontecem em países que em tudo diferem de sua Cultura. Coréia, Vietnã, Ásia e África, fazendo com que seus garotos se sintam como o astronauta que desceu na lua. Agora são livros que se passam no Afeganistão, Iraque e Irã. O cara é um repórter do The Citizen, inglês, no Afeganistão, no tempo da guerra contra os talibãs. Realidade inóspita de guerra, perigo, pobreza, deserto de dia, frio à noite, cadáveres aqui e ali. Encontra uma repórter americana. Boy meets girl and. Pois é. O intérprete arranja um lugar para terem uma noite de amor tranquila. Tranquila? Em um abandonado aeroporto russo, de onde podem ver a movimentação do inimigo. Americanos, pra valer, somente em aviões ou nos foguetes que vão direto e explodem os caras. No outro dia, um cara se aproxima da repórter. Fala um pouco de sérvio, esteve na Bulgária. Vamos disparar um tiro naquela árvore ali, só de brincadeira pra ver quem acerta? Mas em vez disso, dispara e acerta um caminhão talibã, ao longe. Duas pessoas saem em chamas e devem ter morrido. Eles foram enganados pelo cara, mas e aí? Por qualquer motivo, talvez trabalho, eles se separam. Ela volta pra casa. Ele também, mas apaixonado. Havia entregue os originais de um livro que foi comprado por uma editora americana, através de um contratado em Paris, que leu e gostou. Haveria um adiantamento de 65 mil libras. O repórter se despede do jornal. Nesse ínterim, dois aviões comerciais são desviados de sua rota e arremessados contra as Torres Gêmeas em NY. Ele vai a uma reunião na casa de amigos. Explodiu aquele acúmulo que os repórteres de guerra vão acumulando silenciosamente em toda a violência que assistem. Brigou com todos. Em casa, um email da repórter dando seu endereço e dizendo que se quisesse ficar com ela, que fosse até lá. Compra uma passagem de primeira classe e atravessa o Atlântico, com a roupa do corpo. Chega e vai direto à Editora. Uma moça vem e lhe diz que a empresa foi vendida há uns três dias e resolveram não lançar mais seu trabalho. Seu livro contava de uma guerra entre Estados Unidos e Europa. "Você está louco em querer publicar algo assim nestes tempos?" Esse foi um momento terrível. Fiquei arrasado por ele. Sabe o que é ter o livro aceito, grandes planos, adiantamento, turnê de lançamento, atravessar o Atlântico de primeira classe e perceber que está duro e desempregado, em NY onde começa a nevar? Ele vai atrás da repórter. Quando enfim a encontra, sabe que foi vítima de um desses vírus que entra na caixa de endereços das pessoas e se espalha. Que situação, hein? Bom livro. Vai adiante, claro.
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