quinta-feira, 7 de outubro de 2010

A Cultura no próximo governo

Vem aí o segundo turno para a eleição do governador no Pará e as pessoas que fazem Cultura e penso, todas as demais para quem a Cultura deveria ser de primeira importância, não sabem em quem votar. É preciso dizer que, tendo em vista os números vergonhosos, escandalosos, negativos de nosso Estado, em todos os quesitos como Saúde, Educação, Saneamento e Cultura, nenhum, repetindo, nenhum dos atuais candidatos, dos políticos em ação nos últimos 50 anos, tem o direito de pedir nosso voto. Mas como o fato é que temos eleição e escolhas a fazer, em quem votar?
Em Simão Jatene? Cantor, violonista e compositor, quando se elegeu sucedendo Almir Gabriel, parecia, finalmente, ser a redenção da Cultura, após oito anos do construtor de bibelôs. O grande poeta JJ Paes Loureiro já tinha sido votado, por artistas ligados à campanha, para ser o Secretário, ele que saindo da Seduc, criou o IAP, onde ficou isolado, meramente por estar na mesma área do bibeloseiro. Às vésperas da eleição, já contando com a vitória, Gabriel, em público, lançou o bibeloseiro para continuar sua "obra", na Secult. E assim foi. Pior, mantendo-o ali, Jatene fatiou os demais órgãos, de tal maneira que nos quatro anos de seu governo, cada setor atirava para um lado e ninguém acertava nada. A gestão continuou amadora e tudo piorou ainda mais. a gestão da Cultura precisa ser profissional, articulada, os órgãos funcionando interligados. Aqui, tudo ao contrário. Diante da ameaça da continuação do desastre, com a eleição de Gabriel, muitos chegaram a fazer campanha para Ana Júlia. O pessoal do PT sempre foi ligado à Cultura. Seus candidatos e políticos estão sempre nos shows, nas peças de teatro, enfim, agora vai. E Ana Júlia escolhe para Secult um obscuro vereador de sua ala no PT. Nos próximos quatro anos, sob a desculpa de um tal Plano Estadual de Cultura, ele percorreria o Pará de ponta a ponta, de tal maneira que se candidatou a deputado e se elegeu. Quanto à Cultura, de verdade, nada. O mais engraçado é que o discurso do novo deputado e do bibeloseiro é igual, dizendo que não vão paternalizar a Cultura, nem encher a pança das mesmas figuras de sempre. Essas figuras de sempre devem ser os idiotas que teimam em fazer Cultura neste Estado. Ana Júlia também manteve o critério de fatiar toda a área, com um gestor de diferente partido para cada órgão. E para estes, nada, ou seja, queriam cargo, têm, mas agora dêem seu jeito. Tudo amador, tudo com outro intuito. Gente que viaja pelo mundo e ao invés de aprender, desaprende. Ou então não vê nada. A Cultura é fonte de emprego, renda e impostos no mundo inteiro. Aliada ao Turismo, rende muito mais. É mais do que sabido. Não adiante repetir. Virou lenga lenga. Se Ana Júlia vencer, qual será o político novo em que vai apostar, colocando na Secult? E se Simão Jatene for eleito, virá o bibeloseiro? E qualquer deles que ganhe, manterá a Cultura fatiada, sem forças? Que situação. Tudo somente parece piorar.

2 comentários:

Marise Rocha Morbach disse...

Edyr, fiquei apanhando do teu blog,agora fiz uma conta! Bom, eu estava escrevendo que é uma lástima, mas que as coisas neste setor só pioram, e que concordo em genero, número e grau com as teus argumentos sobre o bibelo e o deputado. Que coisa!!!!!um abraço.

Edyr Augusto Proença disse...

Obrigado. Estamos juntos