quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Eu e as últimas setenta e duas horas de Magalhães Barata

EU E AS ÚLTIMAS 72 HORAS DE MAGALHÃES BARATA

Joaquim de Magalhães Barata, um dos politicos mais importantes da história do Pará, morreu como Governador em 29 de maio de 1959, vítima de leucemia. Um ano depois, sua companheira Dalila Nogueira Ohana lançou um livro chocante, relatando os últimos momentos do governador e, principalmente, um conjunto de ações conspiratórias, misturando ciúme, traição, ambição e maldade, que acabou por afastá-la do lado de seu amado, que morreu chamando seu nome.
Magalhães Barata foi casado oficialmente com Georgina de Oliveira Barata, tendo como filhas Jacyra Barata Araújo e Jandira barata Moura, além de Iberê e Ierecê, de outros relacionamentos. Separado desde 1930, iniciou relacionamento com Dalila Ohana em 1938, com quem viajou para servir no Paraná, Pernambuco e Paraíba. Voltou e elegeu-se Governador. Para evitar comentários em uma sociedade tão conservadora, ao invés de morar na residência official, alugou uma casa na Travessa Dr. Moraes, onde passou a viver com Dalila, que também evitou comparecer ao seu lado em qualquer cerimônia pública.
Quando Barata adoeceu, aos poucos passou a despachar em casa e por ultimo, não mais levantou da cama. Dalila teve a idéia de mandar chamar a ex-esposa, que morava no Rio de Janeiro, bem como as filhas, para uma despedida. Elas acabaram por exigir que saísse de sua residência, para que pudessem entrar. Desesperada, apelou para o Arcebispo Dom Alberto Ramos, que também exigiu sua saída, pela moral e bons costumes da Igreja. Vieram o Governador em exercício Moura Carvalho, o Senador Lameira Bittencourt e os Deputados Federais Armando Correa e Océlio Medeiros e exigiram sua saída por conta de pressões que seu Partido sofria.
Dalila saiu de sua casa de madrugada, às escondidas, atravessando para a casa de um irmão, que morava em frente, de onde acompanhou os acontecimentos, seja pelo rádio, seja por amigos que lhe relatavam o que ocorria. A ex-mulher e as filhas ficaram hospedadas em sua casa, ao invés de hotel ou a residência oficial. Quando pôde retornar, a casa havia sido como que saqueada, o que foi atestado pelo Dr. Aurélio do Carmo, que a acompanhou.
Dalila Ohana, pouco tempo depois, partiu para o Rio de Janeiro, onde morreu em 28 de março de 2001 em Niterói, onde morava em uma pousada. Durante esse tempo, voltou apenas duas vezes a Belém, muito rapidamente. Lançou em 1960, pela Livraria Freitas Bastos, Rio de Janeiro, “Eu e as últimas setenta e duas horas de Magalhães Barata”.

Nenhum comentário: