sexta-feira, 4 de julho de 2014

BRASIL X COLÔMBIA

Hoje teremos mais uma decisão. Novamente, um país inteiro ficará paralisado, diante de aparelhos de televisão. Agora não há mais como voltar atrás, trocar de técnico, convocar outros jogadores. Como no jogo passado, quem perder, sai. Assim, simples. Milhões de dólares, carreiras, publicidade, direitos, tudo vai pelo ralo. As agências devem ter anúncios de oportunidade, para qualquer eventualidade. Desde cedo, os órgãos de comunicação estão enchendo linguiça, repisando informações que estamos cansados de saber, alongando interminavelmente essa angústia, esse sentimento preso, essa dúvida a respeito de nossa seleção.
Já tenho algumas Copas nas costas e sinceramente, não me lembro de tanta angústia pelos resultados. Será porque desta vez estamos em casa? Que vergonha, os campeões mundiais, canarinhos, relegados a meros anfitriões, já que a seleção perdeu! Já pensou por qual seleção torcerá, se houver derrota? Não estou agourando. Pode acontecer. Será que essa angústia decorre da presença cada vez maior da mídia em nossas vidas, invadindo nossos mais recônditos refúgios?
E o choro? Essas câmeras captando tudo, penetrando nos corpos, nas almas dos jogadores. Estará errado chorar? Será um sinal de imaturidade, insegurança? Imaturidade em atletas exigidos ao máximo em suas equipes, disputando sempre e sempre jogos decisivos? Insegurança? Peso da responsabilidade? Somos latinos. Choramos de raiva, alegria, tristeza. Choramos no hino. Desculpem, acho uma tolice essa coisa de hino. E todos falando em sangue, luta. Hino é coisa de cantar antes de batalhas em defesa do país. E ali são profissionais de alto gabarito, defendendo as cores de seus países, mas em um torneio milionário. Devia ser como na Champions League que toca apenas o tema e bola no meio de campo.

Será que apenas adiamos nossa agonia? Nosso time não passa confiança. Nosso craque foi vítima de uma joelhada que o fez sumir do jogo. Dói muito. Sem ele, como fazer? O Chile quase foi nosso algoz. E a Colômbia? Para o trabalho, uma sexta feira perdida. Meu Deus, como se para um país inteiro, para tudo, stop geral, churrascos, tudo adiado, deixa pra segunda, ah, isso só na segunda, o trabalho não rende nada e a espera pelo começo do jogo. É bom festejar antes. Os jogos têm sido difíceis, duros, com momentos de perigo e isso não combina com festa. A adrenalina faz passar todo o pique de alegria. O frio no estomago. Meu sobrinho foi no jogo contra os chilenos. Ele e os amigos. Na saída, dá um tempo aí, meu. To com o peito apertado. Sentaram para tomar água e respirar. Um sufoco. Mas o Brasil, antes, só dava show! E agora é essa agonia, esses caras que não deixam os brasileiros jogar. Esse juiz que não marca os pontapés. As mulheres que viram técnicos. As mulheres que se pintam e na hora do jogo gritam na hora errada. E nós, os homens, donos do assunto, pedimos silêncio. Mas estamos tremendo de medo. E quando sai um gol, a tensão é tal que os olhos se enchem de água e ficamos meio sem graça, pois afinal, homens não choram, mas aí as mulheres nos abraçam e podemos chorar um pouquinho em seus braços, disfarçando e já engrossamos a voz e aí, meu, demorou, sabe como é, eu bem que disse, brasileiro nunca desiste. E se passarmos pela Colômbia, teremos, provavelmente a Holanda, porque essa Copa é uma novidade só. E olha bem, Holanda, Alemanha, Argentina, sei lá, cara. Antigamente a gente não tinha medo deles, né? Mas agora..

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