Aproveitei os últimos dias das férias para seguir minha atualização em leitura, cinema e cds, mesmo que esteja vivendo um vendaval, pois dirijo "Abraço", com Cláudio Barradas e Zê Charone, que será apresentada no Festival Territórios de Teatro, na próxima segunda feira; "As Gatosas", com estréia em 1 de setembro e "Sem dizer adeus", que estréia em outubro. Nada mal para quem nunca sonhou em dirigir teatro. Espero parar por aqui. Prefiro escrever. Dirigir é muito sedutor, mas para poucos. Há que se entender muito da cena teatral. Tirar partido do texto, do corpo, da melodia, da situação, de mínimos detalhes. Prefiro escrever, que me seduz mais ainda.
Mas andei assistindo "500 dias para ficar com ela", com Joseph Gordon e Zooey Deschanel, filme para jovens, mas bem feito e com uma trilha sonora soberba, anos 80, Smiths and Co. Vi também "Coco & Igor", sobre o romance entre Coco Chanel e Igor Stravinsky, início dos anos 30, com Mads Mikkelsen e Anna Mouglaus, música de Gabriel Yared. Filme chiquérrimo, claro, um momento tão maravilhoso, que juntava Stravinsky compondo "A Sagração da Primavera", Chanel criando "Chanel no.5", Diaghilev autor da coreografia e Nijinsky ensinando aos bailarinos. Belo filme. E lembro que conheci Stravinsky através da banda de rock progressivo Yes. Em "Yessongs", álbum triplo, gravado ao vivo, ouvimos, antes dos primeiros acordes de guitarra, "A Sagração da Primavera". Dessa maneira, conheci também Mussorgsky e "Quadros de uma Exposição", por conta do Emerson, Lake & Palmer e até Liszt, por conta de Rick Wakeman. E por tocar em música, recomendo, vivamente, o novo disco dos Eels, "End Times", o segundo disco da banda em menos de um ano. Bem, Eels é sómente um cara. Conheci através do fotógrafo e amigo Luiz Braga, que me passou seu primeiro trabalho, com "Novocaine for the soul". Apesar de não mais repetir tanto brilho, o que o Eels apresenta, é simplesmente ótimo. O som é sujo propositalmente, criando cenas, como teatro, sentimentos devastadores e lindos de melodia, letra e voz. E li também "Sarah", de JT Leroy, escritor que teve sua farsa revelada após vir ao Brasil para a Flip, creio. JT vendeu a idéia que escrevia sobre sua vida, cheia de dificuldades. Sua mãe era uma prostituta e o prostituía, vestido de menina, à beira das rodovias americanas. Não era bem assim e a figura que se intitulava JT, não era ele, tampouco e sim uma amiga. Quanto ao livro, é o que disse antes. Mas bem legal.
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