sexta-feira, 9 de novembro de 2018

JESUS FOI UM HOMEM COMUM?

Os poucos leitores que aturam meus escritos, sabem que me intitulo um “leitor vulgar”, talvez por parecer charmoso, mas com certeza porque basta muito pouco, uma boa capa, “orelha” bem escrita ou instigante, para que eu compre um livro e me proponha a lê-lo. Sim, muitas vezes, dez páginas e já compreendi que me enganei e aquilo iniciado não me levaria ao entretenimento. Pedro Bial entrevistou Dan Brown, autor de best sellers que combinam mistérios pueris com  revelações muito interessantes sobre obras de arte e religião, ignoradas por pessoas comuns ou leitores vulgares, como eu. Brown disse que somente começa a escrever quando já sabe começo, meio e fim de seus livros. Curiosas as inúmeras maneiras de escrever. Mesmo sabendo da brutal diferença de interesse entre minhas obras e as dele, devo dizer que nunca sei sequer o começo de meus livros. Sim, vou pensando em personagens, alguma provocação, como um start, quem sabe. De resto aquele bololô começa a existir e pensar, agir, levando-me a um final. Fui falar de Dan Brown e digressionei feio. É que acabo de ler “O Regresso do Catão”, da italiana Matilde Asensi, sucesso em 15 países, pela Editora Planeta. O que chamou a curiosidade foi ler na orelha, que pesquisadores foram atrás do sepulcro de Jesus de Nazaré, melhor dizendo do ossuário contendo os restos do filho de Deus e sua família. Uma revelação que coloca em polvorosa a própria religião católica, que propaga ter Jesus ressuscitado e subido aos céus. Uau, fiquei curioso. Como assim, encontrar os restos de Jesus? Cara, a trama do livro é absurda, mentirosa e cheia de furos, como se tudo fosse possível, para uma família que se assina Shimeon ou coisa parecida, que no final – spoiler – avisa ser descendente de Simeão, irmão de Jesus. Uma paleógrafa italiana, Ottavia e o marido egípcio, Farag, arqueólogo são envolvidos e correm o mundo, seguindo pistas e fazendo deduções. Mas aí resulta o que ha de interessante. Voltamos a publicações daqueles tempos, histórias de conquistas e mistérios, com afirmativas justificadas comunicando suas fontes. Sim, a questão principal. Erros de tradutores, do que foi escrito em grego, pois naquela época, esse idioma era o que hoje o inglês é, fez com que o trecho avisando que uma jovem daria à luz, ficasse como uma virgem daria à luz. E José? E os irmãos de Jesus? Para ter dado à luz a Jesus, ela precisaria ser uma Virgem. Uau. E as aventuras ficam mais chatas porque de repente, uma equipe inteira, em Israel, entra em uma montanha e fica enredada em labirintos de códigos, a partir das sete bem aventuranças, até, sim, encontrar o ossuário. Claro que tudo fica em segredo e a descoberta é enviada a uma sociedade secreta que havia bancado tudo e que ninguém nunca saberá e coisa e tal. Esses últimos guardiões são os ebionitas. Que tal saber que é descendente de Jesus de Nazaré? Bom, não quero causar impacto, nem tampouco sensação, mas sempre estive próximo de acreditar no Jesus homem, tocado pelo Espírito Santo e a partir daí, seguindo sua missão, completando com a frase “Judas, tu vais me trair, mas finalmente eu me livrarei deste corpo que me veste” ou, na cruz, torturado, lamentando “Pai, porque me abandonaste?”. Não quero mexer em casa de caba, mas a possibilidade de discutir o assunto me é irresistível e creio, mesmo, que discutir é pensar nÊle, tentar agir como Êle, e assim, ser melhor, bem melhor como ser humano. Há várias outras dicas em meio às aventuras. Deixe de lado as bobagens delas, leia as histórias, documentadas e pense.

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