No
taxi para o aeroporto, o motorista me conta de uma característica engraçada do
curitibano. Dirigindo, atrás de um veículo mais lento, dá o sinal e tenta
ultrapassar. Imediatamente, aquele que ia devagar acelera para não permitir.
Mostrou-me exemplos, em nosso caminho. Mas que eles estão ótimos para com a
Literatura, poxa, fiquei arrasado e feliz. Agora será nossa vez?
sexta-feira, 2 de novembro de 2018
FEIRA LITERÁRIA DA BIBLIOTECA DO ESTADO DO PARANÁ
Acabo
de sair da Flibi, Feira Literária da Biblioteca do Estado do Paraná, em
Curitiba. Juntamente com Fernando Bonassi, fui entrevistado e respondemos
também às perguntas da plateia, no auditório do prédio da Biblioteca. Cheguei
no hotel e fiquei pensando em como fiquei chocado, tocado, impressionado pelo
trabalho desenvolvido ali. A programação impecável, com diversas áreas
contempladas. Oficina de Literatura com Joca Terron, um luxo. Várias salas,
todas ocupadas por um público interessado. Imaginem que até a lanchonete que
presta serviços, também lança livros, jornal, romances e ensaios sobre cinema.
Já sabia do Rascunho, talvez o jornal mais importante de Literatura do Brasil e
também do Candido, revista produzida pela Biblioteca, onde também já fui
entrevistado e colaborei com algum material. Há outras publicações como Helena,
já em seu oitavo número neste outono com ensaios maravilhosos. Na lojinha,
encontramos diversos livros de autores paranaenses, inclusive um reunindo
comédias de novos autores teatrais. Márcio Renato dos Santos, o diretor, me
presenteia com seu último livro, “A Certeza das Coisas Impossíveis”. Luiz
Rebinski, que também trabalha ali, me apresenta “Um Pouco Mais Ao Sul”, de sua
autoria. Ou seja, gente de Literatura, ativa, escrevendo, administrando e
fazendo um trabalho memorável para o povo do Paraná. Quanta inveja, me
permitam. Eles me perguntaram como era aqui e eu tive de responder que não era.
Em mais de vinte anos passamos por uma escuridão cultural em todas as áreas. Na
de Literatura, ainda tivemos de aturar uma farsa chamada Feira Pan Amazônica do
Livro. Dá até vontade de rir. Mas não ficamos sentados, chorando. Os escritores
se reuniram, fizeram a Flipa, que teve há poucos dias mais uma vitoriosa
edição. Um número grande de jovens vem mostrando novos trabalhos, nos gêneros
de Terror e Ficção Científica. Há grande número de blogs, sobre Literatura.
Encontros, leituras. Uma livraria como a Fox, que tem orgulho em vender livros
de autores locais, ao contrário da Saraiva, grande cadeia nacional, onde os
escritores são anônimos. Na Minha Leitura, há “Pssica” para vender, fruto da
curiosidade de um de seus melhores livreiros. No entanto, nada mais há dos
nossos escritores. Helder Barbalho venceu, tenho certeza que recomeçaremos do
zero, a questão da constituição de um mercado, com o povo consumindo Cultura e
os artistas podendo trabalhar e viver de sua arte. No mínimo, teremos uma
pessoa nova com quem poderemos discutir. Ah, o dia em que teremos uma
Biblioteca que seja ativa, publique revistas, blogs, novos livros, relance
antigos livros fora de catálogo, trabalhe para difusão e popularização dos
escritores atuais e apresente os novos, sejam de Belém, como polo gerador,
sejam de todo este Estado do tamanho de um país. Há tanto a ser feito!
Apaguemos todas as bobagens, tolices e porcarias feitas há mais de vinte anos e
recomecemos do zero. Depois da tempestade, veio a bonança. Acabou a escuridão.
Aquele funcionário público medíocre, que nos acha feios, sem talento, cafonas,
nunca mais nos fará mal. Só não deixaremos que seja esquecido. Ficará para
sempre como tradução de maldição, coisa ruim, como peste.
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