domingo, 1 de abril de 2012

Eu e o prefeito Dudu no avião

Estou em um avião com destino a São Paulo. Acaba de entrar o prefeito Duciomar Costa, o desprezado, odiado e detestado mandatário de Belém, que pode encher o peito e dizer que foi eleito e reeleito, fruto de nossas briguinhas paroquiais, nossa insuperável força de auto destruição, que nos mantém com os piores índices de todos os índices que inventam no Brasil. Ele parece tranquilo, feliz com sua obra. A cada cobrança, lista várias obras ou anuncia que vai fazer. Tudo mentira. Que estranho político. Outros entrariam sorridentes, cumprimentando aqui e ali, acenando, até seu assento. Ele baixa a cabeça, procura passar despercebido. Imagino se sentasse ao meu lado, feito aqueles passageiros que chegam por último e acabam com nossa pretensão de não ter ninguém ao lado e abrir um pouco mais os braços. O espaço entre cadeiras nos aviões é também um absurdo dentro os milhares que os brasileiros enfrentam a cada instante. Dudu ao meu lado. Não saberia por onde começar. Ele me olharia com ar de enfado, ou fecharia os olhos, mergulharia em um livro. Não, livro, não. Perguntar sobre Cultura seria um desastre. A Fumbel serve apenas para organizar e mal, quadrilhas de São João. Nem carnaval temos. Mas cobraria o tal do BRT. Tudo bem, somos auto destrutivos, queremos nos matar, acabar com a cidade, desmerece-la ao máximo, mas essa do BRT contra o plano dos japas foi demais. Demais por muitas coisas. Sou um reles cidadão que paga seu Iptu com ódio porque não vê retorno. Não entendo nada de urbanismo e trânsito, mas nas cidades onde passei, o trânsito foi melhorado e muito, pelo metrô. Hoje não há mais sentido em gastar combustível, pneus e esses monstros velhos que são nossos ônibus. Não há mais espaço nas ruas, outro absurdo. Sem nada entender, ouso dizer que nem BRT nem japas. O estudo da tal Jica envelheceu. Passou do tempo. Vamos ao metrô por superfície, pelo alto é o nosso futuro. Uma linha que saísse do Ver o Peso e se dividisse entre Augusto Montenegro e Br 316. Deixa para os ônibus pequenos trajetos nos bairros. Por todos os motivos, parece o melhor do que usar ônibus. Talvez seja verdade que no dia seguinte ao da posse do prefeito, é feita uma visita dos donos de linhas de ônibus levando módicos presentes na forma de pacotes de dinheiro, sem trilha, da féria diária, de tal forma que nada seja feito, todos os ônibus continuem passando nas mesmas ruas, enfim, tudo como dantes. E talvez os donos de vans e até de mototaxis, tudo o que os prejudica, o caos total que somente favorece a alguns. Dudu, espera lá! Manaus parece que vai fazer. Nossa sociedade, seus expoentes, entre empresários e políticos, esses que viajam tanto, já devem ter visto e andado, como eu, no metrô por superfície. Duvido que não achem melhor. O que falta? Mas Dudu não está nem aí e sai correndo a quebrar as ruas, perto do final do seu governo, só para sacanear, achincalhar, tudo para continuar recebendo todas as esculhambações do povo. Qual é, Dudu. Deve ser uma estranha tática de popularidade. Não a entendo. Ainda teria muito a reclamar, mas acho que a viagem chega ao fim e ele, serelepe, tranquilo, com ar de dever cumprido, já até saiu do aeroporto. Deixa-nos uma cidade caos. Nem deu tempo de, quem sabe, passar-lhe o pé para se estabacar no chão, em nome de toda uma cidade. Seria que eu faria isso?

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