terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Carlos, o Chacal

Acabo de assistir, cinco horas, direto, uma série de grande sucesso na Europa, produção francesa, sobre vinte anos da vida de Illych Ramirez Valdez, que se tornou conhecido mundialmente como Carlos, um dos terroristas mais procurados de todos os tempos. Tudo é bem antes de Bin Laden, da queda das torres, mas já estava lá, crescendo, lentamente, essa revolta islâmica e sua interpretação absurda do Alcorão. Estava a disputa sangrenta entre israelenses e palestinos. Iraque, Síria, Iêmen, Sudão, Arábia Saudita, todos contra os europeus. Muito bem feita, às vezes mescla ficção com imagens de telejornais da época. O mais incrível é perceber que Carlos é mais um Che Guevara, alguém que dedica a vida a "fabricar guerras e se divertir. Goza a vida assim". É interessante como se torna um mercenário, um terrorista de aluguel. a quem devota ódio, afinal? Ou franceses, americanos, ingleses, são todos um inimigo comum, criado para se ele se habilite a realizar tarefas lucrativas? Carlos esquece completamente, seja a Venezuela, seja a América do Sul, por pura conveniência. Um professor de espanhol em Londres. Venezuelano que estudou em Moscou. Fazem oposição, como tantos sulamericanos exilados ou estudando ricamente em Londres ou Paris. Ms aí vai ficando mais sério e ele percebe que gosta daquilo ao contrário de alguns companheiros. Em uma espiral ascendente os golpes vão crescendo de importância e ele escolhe o apelido "Carlos", para homenagear o então presidente venezuelano Carlos Perez, creio. Forma um grupo, trabalha para árabes, sequestra, explode, mata com facilidade e crueldade. Fica famoso. Entre os golpes, foge até para a Hungria. Vai se tornando desagradável por conta das pressões dos países. Vai para a Síria, Iraque, Sudão. Bebidas, mulheres, de vez em quando um atentado. Mas o mundo muda. Cai o muro. Cai a Rússia. Ele agora incomoda. Os sudaneses o entregam à França, onde cumpre prisão perpétua. Carlos, o Chacal. Gostei muito.

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