A barbárie chegou e se instalou. É chegada a hora da convocação dos bons. De todos aqueles que por nojo, preferência, ameaça, até preguiça se afastaram e permitiram que os hunos chegassem. Escrevo aqui em meu blog, na esperança de ser lido e conseguir mover alguém. Um bom, pelo menos. Alguém que mais do que concordar que a barbárie chegou, de postar, comentar, conversar, disponha-se a sair de casa e unir-se aos que estão nas barricadas, defendendo um mundo mínimamente melhor. Nessa direção, o assunto é Cultura. A maioria sabe que trabalho no teatro com o Grupo Cuíra, que administra um espaço na esquina da Riachuelo com 1o. de Março. Felizmente, a cada livro ou peça de teatro de minha autoria, ou de meu grupo, os amigos da imprensa ajudam e publicam matérias convidando a presença ou a leitura, no caso. Leio também em blogs que frequento diariamente, posts ótimos sobre música, teatro, literatura, artes plásticas, cinema, enfim. Maravilhoso. Mas ao menos quanto ao teatro, posso dizer que apesar de todo esse aparente comprometimento, quase nenhum frequenta o Teatro Cuíra, por exemplo. Assim, temos hoje como que seguidores do teatro. E sou de uma época em que lotar Teatro da Paz ou Schiwazappa, era natural. As pessoas não estão saindo de casa para assistir teatro paraense. E eu não consigo achar programa melhor do que assistir a uma peça e depois sair para jantar ou papear em algum bar, para comentar o que foi visto. Debater, digerir, comparar argumentos e assim, enriquecer meu cérebro e divertir minha alma. Os bons, estão ficando em casa. Os motivos podem ser de origem financeira ou até de segurança, ou possivelmente por terem livros para ler, DVDs para assistir. Não vão. E sem público, o teatro vai ficando cada vez mais parecido com aqueles grupos de cristãos que se reuniam às escondidas, nas catacumbas, escondidos dos soldados romanos. E sem Teatro e com ele todos os outros tão importantes, como Cinema, Música etc.., mergulhamos na barbárie. Permitimos a barbárie.
O Grupo Palha está em cartaz no Cuíra, com a peça Teodoro, de Carlos Correia Santos, sobre o pintor paraense que dá nome a uma de nossas galerias, Teodoro Braga. A direção é de Paulo Santana e tem bom elenco, figurino, trilha sonora, cores, figurinos, enfim, vale a pena assistir. Como de hábitos os jornais divulgaram, blogs falaram, mas o público não está aparecendo. Vamos insistir. A peça tem temporada de 1 mês e foi apenas o primeiro final de semana. Mas eu apelo aos bons. Aos que gostam de Cultura. De ler, ouvir, assistir. Que se embebedam, se alimentam de Cultura. É chegada a hora da reação ou pode ser tarde demais. Nós continuamos no bom combate.
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