Agora
estou em SP, pisando no Anhembi, onde acontece a Bienal de São Paulo, pela
primeira vez, a convite da Câmara Brasileira do Livro, através dos adoráveis
Luiz Alvaro e Vera Esaú. É um domingo e uma multidão se movimenta em todas as
direções. Curiosa a aparição de novas editoras com stands grandes, ao contrário
das antigas e maiores como Record. Essas novas apostam em livros de terror e
ficção para jovens e livros levemente eróticos, para mulheres. Acho ótimo que
leiam, sem juízo de qualidade. Espero que despertem para a leitura e mais
tarde, procurem coisa melhor. Estou em uma mesa para falar sobre Mercado,
tradução de livros e carreira no exterior. Há duas moças que já batalham,
principalmente a que trabalha para o Maurício de Souza, aquele da “Mônica”. E
há Guiomar de Grammont, que além de costumeiramente comandar delegações de
escritores a vários países, promove em Ouro Preto, sua própria feira e como
autora, já recebeu prêmios importantes. A conversa foi ótima. Para mim, como
autor, foi importante participar como convidado. Há uma preocupação agora com
escritores fora do Sudeste. Mas em todas as mesas, primeiro me apresento, certo
que ninguém ouviu falar de mim. Moro longe. Preciso circular mais por aquela
região, para ser lembrado. Enfim, cheguei bem cansado, mas foi uma ótima
viagem.
sexta-feira, 10 de agosto de 2018
IMPRESSÕES DE UM FEIRANTE
Pela
primeira vez, fui convidado para ir à Flip, a badalada feira internacional de
Literatura, que acontece em Paraty. O convite foi do SESC, como sempre perfeito
em cuidados, informação e produção de evento. Cheguei cansado. Depois do jato
até o Rio de Janeiro, peguei um ônibus que levou cinco horas até Paraty. Não
pude desfrutar da vista porque já estava escuro. Mas ao chegar, encontrei algo
parecido como o último dia da festa do Círio, no Largo de Nazaré, permitam-me
chamar assim. Uma multidão movendo-se entre tendas e restos de programação. Já
estávamos quase à meia noite. Inteligentes, editoras independentes alugaram um
barco, onde realizaram a Flipei. Uma pena ter chegado tão tarde, não podendo
participar de alguma mesa. Mas já amigos escritores e jornalistas me chamaram e
cheguei até um bar, que tinha na frente uma banda musical, gente sentada, a
maioria de pé, e um dono extremamente mal humorado atendendo os pedidos. São
essas conversas que são deliciosas, com outros autores e jornalistas.
Discutimos o que lançamos, falamos do que pretendemos escrever e rimos de tudo.
Já era bem tarde quando fomos dormir. No domingo, pela manhã, ainda havia muito
movimento e pessoas chegando. Pude apreciar alguns stands muito concorridos.
Difícil mesmo é andar sobre as pedras, feitas para o transporte em carro de
boi. A palma dos pés dói e tira o astral. As casas são lindas, as igrejas e de
repente chegou o momento de falar na Casa do SESC. Me juntei a João Meirelles,
um paulista que já mora no Pará há 15 anos, ambientalista, lutando pelos
quilombolas, aldeias, a gente que mais pode sentir-se dona da nossa terra. Meu
amigo Schnneider, de Pernambuco, onde edita uma revista famosa de literatura,
mediou. A conversa fluiu, primeiro porque as pessoas não têm idéia do que seja
Belém. É preciso ir lá atrás, circunstanciar, argumentar, falar das riquezas
que levam e não deixam nada. Se falo da selva concreta, João fala da selva
amazônica. Ambos, falamos de gente. Deu tudo certo, ainda ficamos conversando com
alguns mais curiosos. Na volta, de carro, apreciando a costa verde, belíssima.
Achei o Rio de Janeiro um pouco murcho, borocoxô, sei lá, tanta coisa
acontecendo.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário