Gertrude
é uma das primeiras, junto com o irmão, vindo de Ohio. Gay, instala-se em
Montparnasse e mesmo sem fortuna, vai adquirindo obras de gente como Picasso,
Modigliani, Jean Cocteau e Matisse, este, pintando seu retrato. Há também
Adrienne Monnier, dona da livraria Casa dos Amigos dos Livros, onde reúne
Aragon, Breton, Apollinaire, André Gide, Paul Valéry, imaginem só. Sylvia
Beach, atrás de um livro, entra na Livraria e se apaixona por Adrienne.
Adiante, abre a famosa Shakespeare and Company, especializada em literatura
anglo saxã. Então, é Gertrude quem vai conhecer. Viram amigas. Ezra Pound
também chega a Paris, após ser secretario de William Yeats, na Inglaterra.
Diaghilev pede para Stravinsky surpreende-lo. Falam em surrealismo. Chega
Hemingway, que treina box com Pound. Ele vive como correspondente de alguns
jornais, mas escreve. Mostra para Gertrude e Adrienne. Para publicar nos EUA,
mudou alguns termos, para não ser censurado. Quem o recomendou para Max
Perkins, super editor, foi Scott FitzGerald. Ele e Ernest foram grandes amigos.
Scott o ajudava. A bebida ainda não lhe tinha levado a consciência. Mostravam
um ao outro seus trabalhos. Saíam por aí bebendo todas. Quando se conheceram,
Scott já era o autor de três romances, entre eles, O Grande Gatsby. Ele e Zelda
se instalaram na rue de Tilsitt. Após várias peripécias, Zelda é internada e
Scott continua seu itinerário rumo ao fim, em Hollywood, sem conseguir escrever
nada que sirva. Então, Sylvia Beach conhece Joyce, que chega com toda a
família. Ele está escrevendo Ulisses. As tentativas de publicar trechos na
América não têm sucesso. Censura. Puritanismo. Dubliners, por exemplo, chega a
ser recusado por quarenta editores. Nora, sua mulher, não para de lhe
espicaçar. Vive a escrevinhar e não leio uma linha sequer do que ele escreve!
Queria ter casado com um banqueiro, até um trapeiro seria melhor. Mas todos já
estão apaixonados pelo irlandês. Sylvia Beach decide edita-lo. Joyce passa a
ocupar um espaço na livraria, onde escreve. A faz sofrer com milhares de
exigências. Ela suporta. Mais tarde, sucesso nos EUA, ele a despreza.
E
Nancy Cunard, rica, que resolve ser editora. Após várias aventuras, recebe, por
baixo da porta, um envelope onde há um original de autoria de Samuel Beckett. O
livro é Whoroscope. E há Henry Miller que chega com sua June no navio Paris.
June cuida das finanças. Paris é um sonho para eles. Gastaram tudo. June volta
para conseguir l’argent. Henry almoça e janta em mesas de amigos com dinheiro e
que pagam suas refeições. Dorme aqui e ali. Até na rua. Conhece Anais Nin e
tudo muda. Alguém lhe diz para escrever para si e não para os outros. Sai
“Trópico de Cancer”. Não era uma época genial? Deve ter sido maravilhoso. Ainda
hoje, ao passar por ali, sentimos uma atmosfera diferente.
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