Ramon
Mercader era filho de um burguês catalão. Sua mãe revolta-se e leva os filhos,
tomando parte na Guerra da Espanha, vencida por Franco. Depois, passa a agente
soviética. Ramon é recrutado. Preparado. A missão era matar Trotsky. Assume
identidades. Tem como paixão uma catalã ainda mais decidida que ele. Agora, tem
de esquece-la. Torna-se amante, como missão, de uma americana trotskista magra
e feia. Ele, belo, como somente um catalão pode ser.
A
vida de Ivan era chata. Na praia, encontra um homem misterioso que leva os
cachorros para passear. Fazem amizade. Um dia ele começa a contar a história de
um espanhol que matou Trotsky. Ivan percebe que o homem está falando é de si
próprio.
Trotsky
é recebido no México por Diego Rivera e Frida Kahlo, que os hospedam em uma
casa que vira um bunker. O russo tem um caso com a pintora. Depois,
envergonhado, muda-se. Ramon está no México, com sua americana. Fazem visitas.
Conversam. Ele, com outra identidade. Enfim, chega o momento. Não vou contar,
claro, mas as páginas seguintes, com o destino dos personagens, serve para um
balanço de seus enganos, de seus medos, das mentiras que lhes fizeram cometer
atrocidades que marcaram a história. Quando matou Trotsky, Ramon já sabia que
estava no lado errado. Ficou calado. Foi condecorado, vinte anos de prisão,
depois. Terminou seus dias em Cuba, sozinho e abandonado. Stalin matou milhões.
Krushev ainda deixou o clima de medo sobreviver. Depois o muro caiu. Putin
reina como czar e o que eles fizeram de suas vidas? Sua juventude, energia, sua
crença férrea, seu medo. Perderam filhos, amigos, amores, pais e mães. Padura
conseguiu um livro que é uma reflexão maravilhosa sobre os homens e suas
paixões, fé, sonhos de poder e coragem. Maravilhoso.
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