quarta-feira, 7 de maio de 2014

Barbárie imitada

Meu amigo tem 13 anos e estuda em um colégio particular de bom nível. Mas hoje, definitivamente, fiquei chocado. Ele sempre me conta que todos ficam manipulando celulares em zapzaps, faces e games, enquanto a professora, no melhor estilo dinossauro, tem uma lousa e giz para enfrentar. Há bullying severo. Agora me contou de um garoto tímido e calado. Chamam de viado. Perseguem. Simularam vôlei com bola de papel. Ele rebateu errado a bola lançada de maneira a forçar o erro. Foram dar um "samba". Alguns com mão fechada. Ele caiu. Chutaram sua cabeça. Vamos dar queixa na Diretoria. Disse que não. Nada vai acontecer e eles vão ficar com mais raiva de mim. Imagino a tensão, a violência, o medo, sensação de impunidade e insegurança na cabeça do garoto. A barbárie vai se espalhando. Linchamentos a toda hora. Todos querem dar um chutinho, um murro, descontar nem sabem o quê. Estamos de peito cheio, no talo. O Brasil tem ódio de si mesmo, diz Jabor. Educação e Cultura não existem. "A bomba Z é essa massa atônita", cantava Ednardo. Nas mídias sociais, cenas de gente sendo decapitada, linchada, surrada. A garotada ligada nas telas, quer repetir na sua realidade. Que perigo! Que absurdo!

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