Acabo de chegar ao fim de uma longa jornada, lendo os quatro livros da série "Imperador", escrita pelo inglês Conn Gulden, romanceando no limite entre ficção e fatos a vida de Júlio César, a grande figura de Roma. Imaginem que ao mesmo tempo venci a primeira temporada da série Boardwalk Empire e também de Game of Thrones. De grandes líderes, traições, mistérios, conquistas e amores, estou lotado. Nos próximos dias assistirei alguns filmes, antes de retornar aos livros.
"Imperador" é uma grande série. O incrível é perceber que mesmo as grandes figuras, que conquistam multidões, povos, países, no fim, acabam por lutas internas, questões íntimas. Da infância à adolescência, Cesar teve Brutus como principal amigo, este criado ao seu lado sem grandes explicações, sem pai nem mãe. Em terreno limítrofe à propriedade do pai de César, Suetônio, garoto grande, malvado, que lhes dava grandes surras como somente os garotos e sua crueldade podem fazer. Adiante, Brutus descobre ser filho de Servília, famosa prostituta que depois se apaixona por César. Suetônio passa a vida invejando o vizinho e se preparando para o grande momento. Conn por vezes inventa personagens para fazer fluir a história, mas as explicações mostram que o mais importante é todo verdadeiro. César vai conquistando tudo, inclusive Cleópatra, e aumentando, também, a profunda inveja de seu amigo mais próximo, Brutus. O filho de Servília era belo, o melhor espadachim, guerreiro, mas não era César. Traiu a primeira vez e foi insuportavelmente perdoado. Que bem que eu te fiz pra você me querer tão mal? Além de Suetônio, é Brutus a desferir a facada mortal, no coração de Júlio César. Aquela série "Roma", que passou na HBO já mostrava este César que chega após uns dez anos guerreando e encontrando a cidade. O livro também serviu para reafirmar minha antipatia por certos grandes líderes. Pessoas com extraordinário poder de manipulação, que usam para reunir gente sem horizonte, ou cheias de vontades que não têm coragem de realizar, mas que se sentem movidos por um outro. Morrem pelos líderes. Lutam até o último sangue. O objetivo do líder vira seu objetivo, embora de nada dele possa aproveitar. E aí é que está. Manipulados, elevam aos píncaros esses líderes egoístas, que usando belos argumentos querem, realmente, um triunfo muito pessoal. Essa é a história de César e de tantos outros. Nesse sentido, é interessante assistir Game of Thrones, série inglesa muito bem produzida, inventando uma terra onde há sete reinos unidos em um só rei, além de uma muralha que os separa do inóspito e gelado norte, época medieval. A bravura, a honra, a honestidade, o nome da família, tudo é posto em jogo. Já foi dito antes, mas hoje, o cinema mais inteligente feito nos Estados Unidos está nas séries. Vale para The Boardwalk Empire, localizado em Atlantic City, época da Lei Seca, onde uma cidade é refém de uma quadrilha de contrabandistas. Grandes atuações, figurino, cenário e roteiro. Já rolou a primeira temporada e a segunda, lá fora, penso que deve ir ao ar antes do final do ano. Há figuras como Lucky Luciano e Al Capone engatinhando no crime. Misturam fato e ficção de maneira exemplar. Estive na Fox e há um livro, bem grosso, contando a história de Júlio César. Fiquei tentado a comprar, para checar tudo, conforme a coleção que acabei de ler. Mas achei maluquice demais. Há muitas outras histórias para ler, não é?
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