Não gosto de assistir a corridas de F1, mas é evidente que nada tenho contra quem goste. Mas é que realmente não encontro fascínio em uma competição onde, para começar, não sabemos se o atleta é o piloto ou o carro. Depois, se na televisão, há pouco a conferir, mesmo colocando câmeras nos carros, tenho a impressão que a maioria está ali na possibilidade de acidentes espetaculares. Hoje, principalmente com todo o aparato eletrônico nos carros, quem vai ganhar já está decidido antes de bandeirada inicial. Não acho graça. e sobre os acidentes espetaculares, tudo me lembra a famosa a lendária cena da corrida de bigas no filme "Ben Hur". O melhor de tudo estava nos acidentes espetaculares. Outra coisa que não aceito é a transformação de corredores em símbolos da pátria. Não são. Profissionais com contratos de altíssimos valores. Uniformes cheios de marcas. Bonés, capacetes, carros. Nada mais internacional. Comercial. Mas é uma indústria potente a dos carros e motores. Pagam alto pelas transmissões. E os locutores seguem plantando a mentira da torcida pelo brasileiro. Ayrrrrton, Ayrrrrton, Ayrrrton Senna do Brasil! Grita Galvão Bueno. Bem, é uma democracia. Quem quiser que acredite.
O documentário é muito bem feito. Claro que toma o lado do brasileiro, sobretudo nas questões contra Ballestre, o presidente da Federação de Automobilismo e o super rival Alain Prost, este, francês, antipático, metido, mas nem sempre errado. Senna era excelente piloto, mas levava o limite de segurança ao impossível, movido pela vontade de ganhar. E ainda dizia que Deus entrava em contato e o fazia vencer. Menos, Ayrton, menos. Pode ser que ele, com muita energia pessoal, em algum momento da corrida, conseguisse como que entrar em transe, homem-máquina, sei lá, mas, menos, por favor. E lá vêm entrevistas com brasileiros anônimos, orgulhosos daquele brasileiro que dava tantas alegrias ao Brasil. E la vem a maluca da Xuxa, Adriane Galisteu e o acidente na curva de Tamburello. No documentário, o médico e amigo de Senna, revela sua morte, ainda na pista. A sorte o abandonara. Uma batida tão forte mas nenhuma fratura, além da peça que lhe entrou na cabeça. Na F1, ninguém morre na pista. Somente ao entrar no hospital. Foi interessante assistir ao documentário. E você, foi fã de Senna? Passava os domingos ouvindo os gritos de Galvão Bueno, vendo passar aqueles bólidos e vibrando com a bandeira do Brasil, enquanto engolia todos aqueles comerciais?
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