sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Bônus de Woodstock

A Saraiva está vendendo com exclusividade, uma caixa com 4 Dvds de Woodstock. Nos dois primeiros, a versão do diretor, que já havia sido lançada uns dez anos atrás. O melhor vem nos dois outros dvds. Em um, série de entrevistas com o diretor do documentário, músicos presentes, o produtor do festival, e outras figuras que vemos, tão jovens, no filme original. Compreede-se que Woodstock, foi um raro momento, desses em que parece, todos os deuses decidiram que daria certo, diante de qualquer coisa inusitada que fosse acontecer. O local foi decidido quase no momento de desistir. Woodstock foi em Bethel, mas ficou o nome do local onde o conselho de cidadãos da região não permitiu. Cento e vinte mil ingressos foram vendidos com antecedência, mas foram até lá 500 mil pessoas. As estradas, engarrafadas, foram interditadas. Calamidade pública. Fazendeiros e até o exército ajudaram com alimentos e medicamentos. Houve uma morte, parece, alguns partos, overdoses e certamente uma ou outra desavença. Em uma comunidade de meio milhão de pessoas, um sonho. Não havia, estocado, em NY, carreteis de filme em número suficiente. Foram chamados os melhores cinematografistas americanos. Os carretéis foram chegando de helicóptero. Como os artistas. O Ten Years After recusou a primeira oferta para se apresentar. Depois, quando os caras souberam que Janis, Jimi e Who estavam na lista, correram. O líder do Sha Na Na confessa. Woodstock foi tudo. O grupo entrou, contratado para ser uma novidade, algo engraçado, pois fazia uma linha primórdios do rock com muito glitter. "Dali, seguimos adiante, gravamos dez discos, rodamos o mundo, ganhamos dinheiro", disse o cara. Problemas com energia. Com falta de luz suficiente para filmar à noite. Eddie Kramer, trancado em uma casinha, gravando tudo em gravador de rolo.. E então vem o último dvd. Um por um, passam as tomadas dos artistas que estiveram lá em performances inéditas. Alguns, nunca tinham sido mostrados. Jimi e Janis assistindo, divertidos, Sha Na Na. Canned Heat, o mais mostrado. Bandas com dois guitarristas solo, dando show. The Who em My Generation e outras. Grateful Dead em duas longas, sensacionais em sua mistura de anarquia e precisão, jazz, blues, rock and roll. Creedence Clearwater Revival pleno de energia em Born on the Bayou e I Put a Spell on You. Santana em Evil Ways. Johnny Winter, maravilhoso. Paul Butterfield Blues Band. Jimi em Spanish Castle Magic. Mountain, com o gordo e excelente guitarrista Felix Papallardi. Uma loucura. E os caras ali, com um mínimo, 1%, penso, do que hoje seria necessário para algo daquele tamanho e todo mundo curtindo, se amando, percebendo o tamanho de estar ali. Meu filho pergunta se nunca havia visto Grateful Dead tocando. Ele é de hoje, quando tudo está ao nosso alcance. Meu primeiro contato com Hendrix, guardo até hoje, uma foto, radiofoto da UPI onde ele toca a guitarra com a língua. Agora aguardo uma caixa com 6 cds, aumentando os 4 que foram lançados 10 anos atrás. E há o livro. E vem um filme passado durante o festival. Está bem, nostalgia, mas da boa.

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