segunda-feira, 22 de junho de 2009
O breve instante entre o silvo do machado que se ergue e outro silvo, quando ele baixa sobre nosso pescoço
Leio no Jornal Pessoal de Lúcio Flávio números aterradores a respeito da brutal decadência de Belém, do Pará. Ao mesmo tempo, leio na coluna de Mauro Bonna, sobre a rapidez com que foram vendidas os apartamentos de luxo ao longo da Dom Romualdo, prédios construídos por várias empresas. Uma noite dessas, da porta do Bistrô de Denis Cavalcanti, tentando encontrar a lua, percebi o número de edifícios em construção. Quem compra? Com que dinheiro? Não estamos falidos? Não. Apenas não amam o Pará. E são tão burros, tão egoístas, que querem o dinheiro somente para si. Morar em hollywoods aéreas, enquanto embaixo, está a podridão, a lama, a violência. Como em Salinas, onde milionários não pagam Iptu e fora de suas mansões, basta botar o pé para fora, pisam no lamaçal. Onde vamos parar? Na separação? Como tirar a razão dos paraenses que vivem distantes de Belém, sem receber qualquer ajuda, apoio, nada? Como? É claro que separando, viveremos, todos, pior, quer dizer, bem pior ainda, nós, que ficaremos apenas com Belém, hoje já degradada, afundada na lama fétida da imoralidade, roubo, desamor. Vêm eleições aí e não há, rigorosamente em quem votar. O tal casamento do ano foi mais uma prova de violência explícita, contra a moral, comportamento. Uma prova evidente do tipo de pessoa que o noivo é, ao usar sua vida pessoal, momento íntimo, a merecer comemoração, mas com o casamento permanecendo como fato principal, como festa política, onde a noiva se transformou em peça ridícula, deixada de lado. Ridículo. Imoral. Violento.
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