segunda-feira, 15 de março de 2010

Mark Linkous morreu

Eu próprio, não sabia muita coisa dele, nem sua aparência. Gostava de usar botas de vaqueiro. Não sei se ouviram falar de uma banda chamada Sparklehorse. Bom, não era uma banda e sim, Mark Linkous. Pouca gente sabe quem foi. Era consumido por poucos, mas ávidos. Gente como eu, que por força do ofício está ligada ao que acontece no mundo da música pop. Tenho todos os três ou quatro discos do Sparklehorse. Obras primas. É rock and roll da melhor qualidade, embora suas country waltzes sejam lindas. As letras, devastadoras, tristes, bem como as melodias. Tenho um fraco por artistas assim, que se rasgam em suas obras. Ouço e fico bem deprê, mas não posso evitar. Aconteceu o mesmo com o primeiro cd dos Eels, também uma banda de uma pessoa. A sonoridade é bem teatral, usando ruídos do cotidiano, como vozes gravadas em telefone, secretárias eletrônicas, agulhas riscando o vinil. Uma das faixas, linda, longa, triste, trabalha sobre um telefone que toca (pum, pum, pum) interminavelmente. Seu último disco foi duplo, por coincidência, acabei de ouvir. The Dreamt for light years in the belly of a mountain. Minha tendência à deprê, à melancolia, buzina trezentas vezes ao ouvir Sparklehorse. E no entanto, repito, é inevitavelmente lindo. Pena, por sua partida.

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