quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Eric Clapton não é nada disso

Acabei de ler Clapton, a autobiografia de Eric Clapton, um dos maiores guitarristas de todos os tempos. Estou decepcionado. Ao mesmo tempo em que popularizou o blues, mesmo sendo inglês e branco. Tocou com os Bluebreakers, Yardbirds, explodiu com o Cream e Blind Faith, era também um alcoólatra e viciado em cocaína e heroína. Na maior parte do tempo, nem sabia o que estava fazendo nos palcos. Apaixonado por Pattie Boyd, mulher de George Harrison, seu amigo, sofria e fazia propostas que ela ignorava. No meio do caminho, namorou outra mulher, a quem viciou em heroína e alcool de tal maneira que, internados separados, quando saiu do hospital, suicidou-se por não conseguir mais, viver sem drogas. Quando gravou I Shot The Sheriff, não conhecia Bob Marley e nem acreditava que faria sucesso. Tocava tão mal, por conta das drogas, que deixou os solos e ficou fazendo guitarra base. Roubou de JJ Cale a voz, a guitarra e as músicas, como Cocaine. Recentemente pagou a dívida, gravando um album inteiro em dueto. Quando Pattie separou de George, voltou à carga. Ficaram juntos. Ela, alcoólatra e cocainômana. Ele, na heroína. Fez um filho em uma italiana. Uma filha em uma mulher de Antigua. Trancou-se em casa até arrombarem a porta e o tirarem, totalmente drogado. No Festival de Bangladesh, chegou totalmente dopado no palco. Nem sabe o que tocou. O filho morreu. Foi um toque. Ficou apenas bebendo. Depois, casou com uma moça de vinte e poucos. Parou de beber. Ela engravidou. Aos 50 anos, começou a viver de verdade. Incrível que enquanto isso, tenhamos gostado tanto do que gravou. É estranho. Pensei em Jim Morrison, Janis Joplin, Jimi Hendrix. Será preciso estar no limite, ou inconsciente, viajando, sei lá, para fazer brilhar o genio? Sempre me perguntei isso, talvez porque escreva e não me drogue, nem beba. Já bebi, já experimentei drogas. Não gostei, nem gosto. Parece clichê, mas quanto mais sóbrio, mais meu cérebro viaja em suas loucuras, é o que penso. Não posso estar nem por um instante, fora de mim, sem controle. e há quem procure, exatamente, isso. Mas Clapton, que teve problemas de infância, é um doente. Uma decepção.

2 comentários:

Unknown disse...

Poxa, por motivos de contrato, nao posso aqui lhe citar algumas de minhas composicoes tocadas por artistas conhecidos entre nós, brasileiros, e no exterior, como Caetano Veloso, Ira, O Rappa, sendo alguns dos principais. O fato é: sim, é mais "natural" se expressar, é mais grandioso compor sobre efeitos externos, sejam eles drogas ou até mesmo pressao de produtoras. Nao espero porém, fazer aqui apologias, mas veja Eric Clapton como alguém que pertenceu ao seu meio apenas, como disse: Jim Morrison foi um deles, Janis Jopplin tambem; alguém que se destacou e que terá seu nome imortalizado após sua morte. Esqueca a parte das drogas, elas nao constroem um artista(distroem quem sabe), muito menos dizem quem é quem as usa.

Unknown disse...

Isso não é uma opinião, isso é ódio por escolhas que eles próprios fazem, isso não é uma opinião.