sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

A MAIS HONRADA PROFISSÃO DO MUNDO

Professor. Não tenho dúvida. Em países como Finlandia, Coréia do Sul e Espanha, jovens e até 15 anos preferem o magistério à Engenharia, por exemplo. Aqui no Brasil, tudo inverso. Não chega a 2,5% de jovens querendo ser professores. Isso tem de mudar.
Creio que todos nós tivemos professores marcantes em nossa vida estudantil, seja porque não eram tão bons, seja porque nos deixaram ensinamentos importantes. O mano mais velho foi professor de Jornalismo na Ufpa. Eu também. Minha mãe. Após os filhos baterem asas transformou-se em professora de Redação e até hoje a lembram com saudade. Ela tinha o dom. Mais importante, o preparo.
Lembro de professoras no Primário do Suiço Brasileiro. Mercês, exigente, dura. Gabyria, de ótimo humor. Minha inesquecível amiga Beatriz Kup, que me abriu a cabeça para a Língua Inglesa e o coração. No Colégio Nazaré, Irmãos Machado e Afonso, que também pregaram o conhecimento, comportamento, análise e opinião. Alguns inesquecíveis como Edson Berbary, que me fez ler “Menino de Engenho” de José Lins do Rego. Luiz Gonzaga Nogueira, de quem não aprendi quase nada de Química Mineral, mas foi de grande amizade. Manoel Leite em Matemática. Este, vivia em seu próprio mundo, não chegava a ser tão acessível, mas professor por excelência.

Minha vida fazendo rádio também foi como professor. Sempre trabalhando com jovens, em função da programação das emissoras, o ensinamento foi constante. Ensinei na Ufpa por pouco tempo mas até hoje me sinto bem pago quando ex-alunos, hoje profissionais de relevo, me cumprimentam com respeito, alguns ainda me tratando como professor. O que mudou? Nos últimos trinta anos, a Educação e a Cultura se deterioraram completamente. Houve apostas em Universidades e hoje temos doutores que não sabem escrever uma receita. Em comparação com outros países, regredimos em notas escolares. Os professores perderam importância. São agredidos em sala de aula. Diminuídos. Com o salario que ganham, ficam incapazes de comprar livros, assistir aos filmes, aos shows musicais, a se informar. A maioria sequer tem computador. E diariamente, em todo o país, enfrentam somente com sua presença, giz e quadro negro, um mundo inteiramente novo, onde os estudantes estão ligados, todos, em seus celulares. Li um artigo na Folha, de Claudia Costin, que trabalha na área de Educação. Agora que o novo currículo foi lançado, vai ser dada total atenção à base de ensino. Mas para que isso seja implementado, é preciso municiar o professor de armas (no bom sentido) para passar esses conhecimentos. É preciso atualizar o currículo que forma professores. Maiores salários. Salários altos, mesmo. Cursos de atualização para todos. Motivação. Computadores, telões, mergulho nesse mundo novo que é uma janela para o conhecimento e não perder tempo em grupos de zap falando besteira. Os colégios precisam ser cuidados. Ar condicionado porque neste nosso calor, pretender que a garotada fique tranquila, impossível. Conforto. Imaginem escolas que nem carteiras têm. O conhecimento é um mundo maravilhoso. Se for bem mostrado, duvido que haja resistência. É preciso aumentar os horizontes das crianças. Somente assim uma nova geração irá assumir o país na direção de uma sociedade melhor e justa. Foco total na Educação de Base. Foco total no professor.

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