Hoje
volto a um tema sobre o qual já escrevi. Mas é que há algumas semanas, voltando
de viagem, saudoso dos meus, das minhas coisas e da cidade, levei logo uma
bofetada ao trafegar em direção à minha casa. Talvez nunca Belém tenha estado
tão mal. Após duas administrações seguidas, uma delas (será que chegará ao
final?) mal iniciada. Após um Átila, rei dos hunos, passar pela Prefeitura,
temos outra figura que se destaca pela inação. Onde foi parar o dinheiro de
Belém? Faliu? Logo após a reeleição, discutida na Justiça que, ao que parece,
está docemente convencida a perdoar os erros, esperou-se pelas promessas. Nada
veio. As ruas estão esburacadas, sem sinalização, sem fiscalização, com fiscais
preocupados apenas em multar. Não há lei com um número de mortes, no centro e
na periferia, superior ao de guerras no Oriente Médio. Diariamente. Há poucos
dias, onze da noite, ouço cinco tiros na Riachuelo. Tá lá um corpo estendido no
chão. Convenientemente alguns minutos depois, uns dez carros de Polícia
chegaram para conferir. É a Polícia que está matando, sem uniforme e com a
aquiescência dos superiores? São os traficantes? O povo no meio disso. E balas
zumbem em nossos ouvidos. A falta de lei reflete nos mínimos deveres
civilizatórios. É a lei da selva. Faz-se o que quer. Penso que, de maneira
pensada, se alguém decidir sair nu e cometer toda a série de crimes, nada lhe
acontecerá, sequer aparecerá alguém reclamando. Lojas fecham. Camelôs se
instalam onde bem entendem. São avisados da alguma blitz. Está tudo dominado. O
governador sumiu. Se não há mais nada a fazer, qual a razão da reeleição?
Pergunto o mesmo ao prefeito. Em alguns bairros, a lei do silêncio e o toque de
recolher é decretado por outros poderes. E o que fazemos aqui? Tive várias
chances quando jovem, de ir embora. Boas tentações. Não fui. Devia ter ido? Sei
lá. Mas hoje, novamente, vem a vontade de “capar o gato”. Ir para outro país,
como Portugal. Estávamos em uma cidade estrangeira. Minha mulher sai e tem a
bolsa firmemente segura, braços cruzados até que, de repente, cai na risada e
deixa a bolsa em seu lugar normal. Não estamos em Belém. Claro, nenhum lugar é
um paraíso, mas aqui estamos longe, muito longe de ter qualquer segurança. Pior
para os jovens. O que há para eles? Nada. Os que escapam para São Paulo, por
exemplo, amargam longa procura por emprego. Um deles declarou : nos disseram
que bastava estudar muito para depois ter um emprego muito bom. Não é verdade.
Têm pós graduação e outros e conseguem emprego com nível de primeiro grau. Mas
ficar aqui? Vivendo no quarto, ligado na internet, tv a cabo, a garota que
dorme com ele e dependendo dos pais? E a galera da periferia? Muito pior. Universidades
soltam a cada semestre um sem número de próximos desempregados. Não há mercado
de trabalho. Talvez como camelô, tão adorados pelos prefeitos. Não produzimos
nada. Nossa elite passa finais de semana em Miami, pelo mundo, e não traz nada
para usar aqui. Vive em mansões de 50 andares, palácios, mas quando sai à rua,
pisa na lama. Esse BRT é um erro brutal, grandioso, que nunca ficará pronto.
Dane-se a cidade. Vêm aí novas eleições. Nova chance para, mais uma vez,
errarmos. E dizemos que amamos Belém? Ouvimos Fafá cantar a música do pai e da
tia Adalcinda e choramos. Devíamos era chorar de raiva. Ir para as ruas.
Quebrar tudo. Botar pra fora esses incompetentes. Esses caras têm sorte de
sermos um povo frouxo. Que pena, Belém. O último a sair, apague a luz, se já
não estiver cortada.
5 comentários:
Quebrar tudo? Sei que é um desabafo mas não podemos nos igualar a eles (todos, sem exceção) que destruíram o Estado e a cidade.
Fodam-Ss os Barbalhos, fodam-se todos os partidos, empresários corruptos e pilantras desse cú do mundo...Não voto em fdp nenhum mais. .
A Cidade dos "ZÉNADAS", do "Jateve". Povo burro e ignorante, se vendem por 50 paus. Ruas de lama, tiros, promessas. Roubaram a luz do fim do túnel.
A Cidade dos "ZÉNADAS", do "Jateve". Povo burro e ignorante, se vendem por 50 paus. Ruas de lama, tiros, promessas. Roubaram a luz do fim do túnel.
Infelizmente, a gente tem a triste e cruel realidade de Belém quando saímos do estado e percebemos que a outrora cidade luz da Amazônia está abandonada em todos os sentidos :ruas esburacadas e sem saneamento, desemprego estrutural, segurança pública só nos sonhos do Zenada e Jateve, saúde pública semelhante à Alice no país das maravilhas. Enfim, o que esperar de quem não se pode esperar nada?? Só nos resta esperar pelo milagre de alguma entidade sobrenatural superior divina e esperar que nossos títulos de eleitores tenham super poderes iguais os do x-mem. Mas o povo de Belém; que é justo e trabalhador, pode pelo menos sonhar....
E sonhar, até que eu saiba; ainda não se paga nada.
Postar um comentário