sexta-feira, 24 de agosto de 2012

18tola da Pan

Meu pai fez o possível para que não seguíssemos na carreira de radialistas ou jornalistas. Achava difícil,  mal remunerada. Bem, continuam sendo. Queria que fizéssemos concurso para o Basa, como ele. Não. Hoje, quando olho para trás, percebo que ele tinha razão mas não mudaria em nada. Após algum tempo entre Rádio Clube e fundação da Rádio Cultura, veio a Rádio Cidade Morena. Eu e meu irmão Janjo. Tempos difíceis. Terríveis. Contas para pagar. Pouca credibilidade. Éramos muito novos. Vencemos. Uma briga de família acabou com a Rádio Cidade e adiante, com o Jornal do Brasil que hoje, com novo dono, pode ser lido somente pela web. Mesmo assim, conhecendo as pedras para falar com jovens, continuamos. Os irmãos Carvalho, Tutinha e Marcelo, com a experiência da Jovem Pan AM e a própria FM, partiram para a Rede e nos convidaram. Desconfiado, peguei o avião, liguei no hotel e percebi que era tudo verdade. A Pan Belém iniciou em 22 de agosto. A rede cresceu, virou gigante. De dois em dois anos, work weeks, encontros de Pans de todo Brasil. Neles, somos considerados top de linha. E estamos em Belém do Pará. 
Fazer rádio é um aprendizado diário. Tem alguma coisa de talento, muito de estudo e perspicácia. Todo dia há uma novidade. Equipamentos, novos relacionamentos nas mídias sociais, leitura de estatísticas, números. É a melhor rede de rádios do Brasil, bastava ficar ligado no satélite, ficar sentado, pegando sol, curtindo e ganhando dinheiro. Não. Transformamos os breaks comerciais. Inventamos a relação direta com ouvintes. Fazemos programas locais com o mesmo nível dos nacionais. Bebemos direto da jugular dos jovens a linguagem, gírias, novidades. Tweeter, blogs, faces, twitcam, o que vier nós traçamos. Agora começamos a vender espaços nessas mídias sociais. É tudo tão moderno, veloz e a rádio sendo a base. As coisas nascem com e para ela e o todo é como um oráculo que não somente emite, mas sobretudo retransmite, alimenta e se realimenta. É preciso planejar, saber ler números, mas não esquecer de ousar, brincar, divertir-se. Mesmo com todo o estudo, profissionalismo, uma equipe jovem, multidisciplinar, cheia de gás e conhecimento, todos formados em marketing, jornalismo e administração, penso que o segredo sempre esteve na diversão, na mente aberta à novidade, à curiosidade que mantemos, eu e meu irmão Janjo, ele um excelente apresentador, uma esponja, sempre atento a tudo. O 18tola da Pan é uma jogada de marketing deliciosa, pois se é uma Jovem Pan, nada mais natural do que festejar seus 18 anos, mas é também a possibilidade de festejar um momento incrível em que juntamos competência e entusiasmo, preparo e audácia para ser os melhores. Sinto muito orgulho do que atingi, com meu irmão e a equipe e lembro de meu pai e seus medos. Sim, é uma vida de aventuras e riscos. Por isso mesmo, maravilhosa.

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