terça-feira, 10 de julho de 2012

Projeto Corinthians

Eu não gosto do Corinthians. Não tenho motivo claro. Antigamente, era pelo olhar deslumbrado dos jornalistas paulistas quando se referiam ao clube, como se ele representasse o país inteiro. E eu sou Flamengo. Talvez. A verdade é que sempre torço contra. Nos últimos dias, o "timão" virou uma febre nacional, um dos primeiros "estouros", digamos assim, de um projeto que iniciou há alguns poucos anos. Um projeto tocado de maneira profissional e até mesmo usando métodos condenáveis, jogando o "jogo" de algumas figuras, para não desviar o foco. É o projeto que impulsiona o Corinthians não só no mercado brasileiro, como principalmente no internacional. Entre na flagship da Nike em Londres e achará camisa do Boca Juniors, nenhum clube nacional. A equipe argentina, mercê de gestão bem conduzida, não somente está sempre em Libertadores, excursionando, mas na mídia. Não sei se foi antes ou depois da chegada de Ronalducho a São Paulo. Não lembro se Mano Menezes já era o técnico. A grande tacada foi dada por André Sanchez, empresário de negócios duvidosos e que era presidente do clube. Tirou Ronaldo do Flamengo. Botou Mano na seleção, com isso alguns jogadores foram escalados em amistosos e com isso, vendidos para a Europa, fazendo caixa. Jogadores fracos, claro, mas com o carimbo da canarinha. E então vêm livros, filmes sobre o Corinthians. Conquista de campeonato paulista, nacional. Mantiveram o técnico Tite. Apostaram em jogadores que não vingaram como craques, mas que se adaptaram a um esquema bem feito, formando realmente uma equipe. No processo de crescimento, antes de sair, Ricardo Teixeira empossa Andre Sanchez como diretor das seleções da CBF. A raposa tomando conta do galinheiro, Menomale que sem Ricardo e agora com Marin, ele tem de aturar o pessoal do São Paulo. Enquanto fazem seus negócios, a seleção vai para 11o. lugar no ranking da Fifa. E o Corinthians chega à final da Libertadores. Enfim, vai se tornar internacional. Sua equipe é ligada em não deixar o adversário jogar e esperar por alguma chance. Sim, elas apareceram e jogadores apenas medianos fizeram o placar, não interessa se o Boca tenha vindo com um time muito fraco, embora lutador. Na semana da decisão, a Globo entrou com tudo. Todos os seus programas falaram do Corinthians. As demais emissoras, todas em São Paulo, também. Na corretíssima ESPN, os comentaristas paulistas ficaram quinze, vinte minutos, discorrendo sobre o "coringão", sob o olhar irônico dos dois comentaristas cariocas. O ambiente formidavelmente criado deu certo. Corinthians, campeão. Uma semana depois e a Globo ainda tem reportagem a respeito. E quem se atreve a dizer que o time é fraco, apenas combativo, é olhado como se houvesse blasfemado. A força da mídia fez com que até em Belém houvesse passeata, foguetes. E todos os "corinthianos" não param de exaltar sua garra, sua admiração, repetindo os ditos da mídia. Pronto, agora ficou evidente, São Paulo assume a liderança nacional como geradora de cultura, não interessa se as novelas são todas passadas no Rj.
Certamente porque o Rio era a capital, ao longo do tempo, nós, de outros Estados, sempre dizíamos que tínhamos nosso clube em nossa cidade e outro no Rio. Em São Paulo, meramente, uma simpatia. Eu, criança, cheguei a torcer pela Portuguesa de Desportos que certa vez veio até aqui com um time fantástico, comandado por Ivair, então considerado o novo Pelé. Torci pelo Palmeiras, pelo Santos e enfim, na época do auge, passei a simpatizar com o São Paulo, também por conta de meu pai. Mas todos eram ou Flamengo, ou Fluminense, Vasco ou Botafogo. Com  o declínio do Rio como gerador de poder econômico e cultural, o futebol foi das últimas forças a cair. Hedonistas, os cariocas conseguiram falir uma força como a do Flamengo. Hedonistas, sim, mas principalmente incompetentes e desonestos. Enquanto isso, em São Paulo, vieram craques, marketing, força financeira e aos poucos, com as conquistas, as camisas vendidas nas lojas, de início, apenas por simpatia e agora, por torcida, mesmo. A força da mídia. Fora isso, qual a razão de gostar do Corinthians, tão distante e sem sentido aqui em Belém do Pará? As cores do Flamengo são quentes, uma combinação, preto e vermelho, fantástica, envolvente, apaixonante. E o outro? O outro ganha dinheiro, trabalha com marketing, faz Ronalducho ir até Las Vegas, também trabalhando para sua 9nine, que ele não é bobo, apoiar o Spider, que entrou no octógono com a camisa do Corinthians. Os caras têm marketing, dinheiro, competência e mídia. Estão incrustados na CBF, centro das decisões, estão na boa. Quanto a Fluminense, Botafogo e Vasco, lutam também contra descalabros financeiros e sua incompetência, sua inapetência para o trabalho, para deixar os cargos e deixar que gente nova, idealista, competente, faça o mesmo trabalho. 
A decisão contra o Chelsea, em Tóquio, final do ano, vai ser difícil de assistir. São duas equipes que não deixam o outro jogar e esperam uma chance. Imaginando cenográficamente o jogo, talvez houvesse uma bola no meio do campo e de ambos os lados, jogadores se empurrando, bloqueando, não permitindo, uns aos outros, chegar próximo da esfera. E o tempo passando. Isso não é futebol. Vocês não entenderam nada. O Barcelona não deixa jogar porque fica com a bola. E fica com ela, em pleno campo do adversário, apertando, apertando, como uma cobra envolvendo sua vítima, tanto que ao final das partidas, muitas vezes, seus zagueiros estão na intermediária contrária e os atacantes adversários, dentro de suas áreas, despachando bolas. Isso, sim.
Não, eu não gosto do Corinthians. Querem saber, não consegui torcer contra. O Boca é ruim e antipático, marrento. Mas eu queria, mesmo, era que o Flamengo fizesse o mesmo

6 comentários:

Anônimo disse...

No entanto, deu Corinthians. Tbém muita gente não gostou qdo deu Flamengo em 81 e em várias outras vezes.
Resta aos outros, incluindo o Remo e o Psc, tbém fazerem igual.

ILIKE CHOPIN disse...
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ILIKE CHOPIN disse...
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Edyr Augusto Proença disse...
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ILIKE CHOPIN disse...
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ILIKE CHOPIN disse...

Bom seria se o Vasco tivesse decido a Libertadores....
Teríamso oq ue comemorar.
Os times p, o esporte se declinou , numa posição de favorecimento ilicito, oas seus cartolas..
Virou só comércio...