quinta-feira, 12 de julho de 2012

Pobreza

Em poucos dias, tivemos dois grandes clubes brasileiros conquistando títulos importantes, um internacional e outro nacional. Estamos no meio da nossa temporada, os jogadores em plena forma e o que vimos foram jogos de uma pobreza técnica lamentável, apesar de muito esforço físico. Corinthians e Palmeiras não contam em suas onzenas com craques. Pode-se dizer que o chileno Valdívia quase chega lá, mas não tem sido titular em função de expulsões e contusões. Assim, os técnicos, os professores, se destacam. Em um momento em que o futebol, na Europa, tenta renascer com novas táticas, dando importância à técnica, é justamente no Brasil que caminhamos em direção contrária. Sem craques, os "professores" são as estrelas. E tome "pega, pega", "derruba, derruba", em um esporte que perdeu muito de futebol e adquiriu um tanto do rugby, onde se progride através da conquista de jardas. Assim o Palmeiras, por exemplo, contando sempre com a maestria do veterano Marcos Assumpção, grande batedor de faltas, regular e correto jogador. O jogo é de um bate bate insuportável. Os jogadores procuram o corpo dos adversários, menos a bola e afinal, ao tê-la, parecem confusos, sem saber o que fazer. Como na piada "a bola é que atrapalha". Como se a bola ficasse parada, em paz, no meio de campo, enquanto os atletas ficassem lutando, como no wrestling. A impossibilidade do Coritiba em acertar uma jogada, troca de passes, chute a gol chegou a ser insuportável. E o time de Felipão a isolar as bolas, afinal, a bola é a preocupação. É preciso mantê-la distante. Logo a bola, que o craque tanto venera e quer em seu controle. Então, com a vitória de Corinthians e Palmeiras em títulos, voltamos a esse futebol que prima por não deixar o outro jogar e ficar à espera de uma eventualidade, sobre de bola, falta, bola parada, para vencer? Jogamos nos erros do outro, não tentamos acertar. Mas devia ser o contrário! É o contrário. A equipe do Barcelona não deixa o adversário jogar porque não lhe dá a bola, mantendo-a em seu poder, avançando contra seu campo, encurralando, asfixiando e fazendo gols. Não deixa jogar porque joga. Essa é a diferença. Mas aqui, nossos técnicos seguem pouco se importando com as mudanças. Ganham, multiplicam salários e o resultado é o que se assiste em péssimos jogos. E como discutir a colocação no ranking da Fifa?

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